Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Aug 2005)

Doença aterosclerótica difusa desmascarada pela avaliação fisiológica invasiva da circulação coronária Diffuse atherosclerotic disease unmasked by invasive physiologic assessment of coronary flow

  • Fernando Mendes Sant'Anna,
  • Expedito E. Ribeiro da Silva,
  • Leonardo Alves Batista,
  • Fábio Machado Ventura,
  • Carlos Alberto Mussel Barrozo,
  • Nico H.J. Pijls

DOI
https://doi.org/10.1590/S0066-782X2005001500012
Journal volume & issue
Vol. 85, no. 2
pp. 135 – 137

Abstract

Read online

Sabe-se que a aterosclerose coronária é um processo difuso, pouco visível à angiografia. Este artigo descreve um paciente com angina estável, três meses após infarto agudo do miocárdio (IAM), e uma lesão severa na artéria descendente anterior (ADA), evidenciada pela cinecoronariografia. A reserva de fluxo fracionada do miocárdio (FFR), obtida através de medidas pressóricas intracoronárias, foi 0,37 durante a hiperemia máxima, demonstrando claramente a existência de isquemia. Um stent foi implantado na ADA e, a despeito do excelente resultado angiográfico, a FFR pós-stent foi apenas 0,75, o limite mínimo abaixo do qual existe isquemia. Quando a corda guia pressórica (pressure wire - PW) foi lentamente recuada da porção distal da ADA para sua porção proximal, notou-se um aumento contínuo e gradativo na pressão intracoronária, o que indica claramente aterosclerose difusa e não estenose focal. Não se notava gradiente no local do stent. O paciente foi mantido em tratamento médico e permanece assintomático até o momento.It is known that coronary atherosclerosis is a diffuse process, very little visible at angiography. This article describes a stable angina patient, three months after acute myocardial infarction (AMI), and a severe lesion in anterior descending artery (ADA), evinced by coronariography. Myocardial fractional flow reserve (FFR), obtained through intracoronary pressure measurements, was 0.37 during maximum hyperemia, clearly showing the presence of ischemia. A stent was implanted in ADA and, despite the excellent angiographic result, post-stent FFR was only 0.75, the minimum limit, below which there is ischemia. When the pressure wire (PW) was slowly drawn back from the distal portion of ADA to its proximal portion, a continuous and gradual increase in intracoronary pressure was noted, which clearly indicates diffuse atherosclerosis and not focal stenosis. A gradient was not observed at the stent place. The patient was kept under medical treatment and has been asymptomatic so far.