Semina: Ciências Sociais e Humanas (Jul 2025)

Florence Nightingale racista? Sua história e contribuição para o racismo na enfermagem

  • Esthéfane Mayara Ribeiro Ruela,
  • Ariana Fidelis,
  • Jaiane de Melo Vilanova ,
  • Iel Marciano de Moraes Filho

DOI
https://doi.org/10.5433/1679-0383.2025.v46.52252
Journal volume & issue
Vol. 46

Abstract

Read online

Objetivou refletir sobre a contribuição de Florence Nightingale, através de sua história, para o racismo na enfermagem. Este estudo teórico-reflexivo utilizou 37 fontes, como livros, artigos e websites, sem delimitação temporal específica. Desta forma, Florence Nightingale, conhecida como a precursora da enfermagem, desempenhou um papel fundamental no avanço das práticas da profissão, contribuindo significativamente para seu desenvolvimento e sua modernização. No entanto, é crucial reconhecer que sua trajetória também está marcada por práticas racistas. É necessário trazer à tona aspectos menos mencionados de sua história, como sua crença no colonialismo britânico, a exaltação da cultura branca e a visão de que negros e indígenas eram raças inferiores, responsabilizando-os pelas próprias mortes por serem considerados “um povo em decadência”. Além disso, durante o recrutamento de voluntárias para ajudar os feridos na Guerra da Crimeia, Florence rejeitou Mary Jane Seacole, uma mulher negra altamente qualificada, exclusivamente por questões de cor, e que mais tarde não serão aceitas também nas escolas com seu padrão de ensino, contribuindo assim para a perpetuação do racismo que, ainda hoje, é evidenciado pela disparidade nos cargos de importância e no quantitativo de profissionais negros na enfermagem. Essas reflexões buscam incentivar os enfermeiros a investigar novas abordagens que promovam posicionamentos mais inclusivos na profissão, reconhecendo que o racismo exerceu(ce) influência na história da enfermagem.

Keywords