Conexões (Sep 2015)
Análise da incidencia de gols por tempo de jogo no campeonato brasileiro de futebol 2001: estudo comparativo entre as primeiras e últimas equipes colocadas da tabela de classificação
Abstract
No Futebol de alto nível é sabido que qualquer detalhe bem trabalhado ou deixado de lado pode representar, em um estágio final, o êxito ou o fracasso de uma equipe. As preparações física, técnica, tática, psicológica e nutricional atingem hoje níveis muito próximos quando comparamos equipes com as mesmas condições para buscarem o máximo rendimento. Estes níveis, associados, geram componentes fundamentais no jogo. O gol, objetivo principal deste desporto, é um evento que representa em algum momento da partida o desequilíbrio de um ou mais destes componentes resultantes da preparação de uma equipe. No intuito de entender como se dá a dinâmica dos gols em uma partida, ao longo do tempo de jogo, foram dois os objetivos deste trabalho: caracterizar a incidência de gols em períodos fracionados de tempo em jogos profissionais de Futebol e buscar alguma evidência de que a distribuição destes gols ao longo da partida pudesse ser diferente entre os grupos das 4 primeiras equipes colocadas (gp) e das 4 últimas (gr) ao final das 27 rodadas da Ia fase do Campeonato observado. Nesse sentido foram analisados 378 jogos das 28 equipes participantes do Campeonato Brasileiro de Futebol 2001 (todos os jogos correspondentes à Ia fase da competição) através de dados coletados de 3 fontes distintas para comparação (Federação Paulista de Futebol através do seu site; UOL esportes; JDP CAMPINAS). Após tabulação dos dados, observamos que existiu maior número de gols (54,1%) no 2o tempo dos jogos, ocorrendo com maior freqüência no intervalo de 31 a 45 minutos (31-45). Devemos destacar que 67,75% dos gols que aconteceram no 2o tempo ocorreram no intervalo entre 16 e 45 minutos (16-45) de jogo. Ao compararmos as incidências de gols entre gp e gr, observamos através do teste t (p<0,05) que nos intervalos correspondentes aos 15 minutos iniciais (00-15) do 1° e 2o tempos de jogo e nos 15 minutos finais (31-45) do 2o tempo, a diferença fora significativa entre os grupos analisados (havendo maior incidência de gols nessas faixas de tempo para as equipes do gp). A associação dos resultados obtidos sugere que desequilíbrios táticos ocorrem com maior freqüência no final das partidas (seja pelo desgaste físico ou pela diminuição do nível de atenção) e que o aspecto físico torna-se fator diferencial neste período. As equipes que mais venceram no Campeonato apresentaram maior disposição para fazer gols nos momentos iniciais das etapas de jogo (00-15 do 1° e 2° tempos) e no período final do jogo (31-45 minutos do 2° tempo) o que também nos leva a reafirmar a hipótese acima citada. Esses dados ainda sugerem que as equipes do gp apresentaram como característica, o menor tempo gasto para alcançar um melhor nível de performance técnica, tática e física dentro das partidas.
Keywords