Revista Brasileira de Cartografia (Feb 2016)
IMPACTO DA DENSIFICAÇÃO DA RBMC ENTRE 2012 E 2014 SOBRE A CAPACIDADE DE MONITORAMENTO DO TEC
Abstract
Durante a propagação entre a antena dos satélites e a antena do receptor, os sinais GNSS interagem com partículas eletricamente carregadas, bem como com moléculas e átomos neutros, presentes na atmosfera terrestre. Isto causa refrações e distúrbios na potência e na forma do sinal que provocam variações na velocidade, na amplitude, na fase e na direção de propagação, deteriorando a qualidade do posicionamento. No entanto, é importante salientar que se por um lado a atmosfera afeta negativamente o posicionamento por satélites, por outro, os sinais GNSS vem sendo utilizados como sensores deste meio, o que permite modelar e reduzir tais efeitos negativos. Destaca-se que o atraso ionosférico de primeira ordem, responsável por mais de 99% deste atraso, é proporcional ao Conteúdo Total de Elétrons (TEC), o qual pode ser calculado a partir de observações GNSS. Neste sentido, a RBMC representa uma importante infraestrutura para se obter tal quantidade. Um dos modelos desenvolvidos para se determinar o TEC assume que ele esteja totalmente concentrado em uma camada esférica infinitesimalmente fina e de altitude pré-definida, normalmente entre 300 km e 450 km. Neste caso, o TEC é calculado na intersecção do vetor satélite-receptor com esta camada, denominado de ponto ionosférico (IPP - Ionospheric Pierce Point). Até 2012, a RBMC possuía 88 estações número este elevado para 112 em 2014. Esta pesquisa visa mostrar o impacto da densificação da RBMC entre 2012 e 2014 sobre a quantidade e cobertura temporal dos pontos ionosféricos considerando as constelações GPS e GLONASS, onde o programa grid simulator é utilizado.