Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre (Aug 2020)

Proteção pulpar indireta após a remoção seletiva de tecido cariado: acompanhamento de 6 meses de um ensaio clínico randomizado controlado

  • Rafael Schultz de Azambuja,
  • Andrea da Fontoura Recchi,
  • Marisa Maltz,
  • Juliana Jobim Jardim

Journal volume & issue
Vol. 61, no. 1

Abstract

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Este ensaio clínico controlado randomizado avaliou a eficácia da proteção pulpar indireta com cimento de hidróxido de cálcio ou apenas adesivo universal na remoção seletiva de dentina amolecida em dentes permanentes após 6 meses de tratamento. A amostra consistiu de 68 pacientes com 55 molares e 21 pré-molares com lesão profunda de cárie (envolvimento radiográfico ≥ 50% da dentina), (mediana de idade 27 [distribuição 7-54 anos]), com sinais de vitalidade pulpar (resposta positiva ao teste frio, ausência de dor espontânea, sensibilidade negativa aos testes de percussão, ausência de imagem radiográfica sugestiva de lesão periapical) e ausência de perda cúspidea. Após remoção seletiva o grupo teste recebeu adesivo universal (n = 38) e o grupo controle cimento de hidróxido de cálcio (n = 38) como proteção pulpar indireta. Todos os dentes foram restaurados com resina composta. Os resultados de vitalidade pulpar foram avaliados após seis meses e submetidos à análise de sobrevivência de Kaplan-Meier e ao teste Log ank. As variáveis explanatórias iniciais foram analisadas quanto à sua distribuição nos grupos de tratamento pelo teste x2 e mostraram distribuição similar. O sucesso na manutenção da vitalidade pulpar foi de 95,5% para o grupo controle e 96,7% para o grupo teste (P = 0,986). Duas falhas foram registradas, uma necrose pulpar (grupo controle) e uma pulpite (grupo teste). Resultados sugerem que não há diferença entre o uso de hidróxido de cálcio e/ou apenas adesivo universal após remoção seletiva de dentina amolecida e restauração de resina composta em 6 meses de acompanhamento, com alta taxa de sucesso nos dois tratamentos.

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