Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS CONGÊNITA NO AMAPÁ, 2018 – 2021

  • Emanuelle Portal Moraes,
  • Thaiane dos Santos Oliveira,
  • Leonardo Lameira Lopes,
  • Luana Oliveira Rodrigues,
  • Amersa Christiny Rodrigues Maramalde,
  • Douglas Machado Costa,
  • Arieta de Souza Barros Vales,
  • Juliana Alencar Isacksson Vieira,
  • Carolline Alves Ibiapino,
  • Elizeu Leão da Silva,
  • Ivan Andrade dos Santos,
  • Dimitri Ferreira dos Santos

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103200

Abstract

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Introdução: A sífilis congênita é uma patologia infecciosa ocasionada pela transmissão vertical da bactéria Treponema pallidum. A infecção pode ocorrer durante a gestação ou no parto, em qualquer estágio da doença materna, e acarreta diversos riscos para a saúde do concepto quando não tratada. Devido à sua crescente incidência, a sífilis congênita é hoje um importante problema de saúde pública. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita no estado do Amapá no período de 2018 a 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com uso de dados secundários coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Para a tabulação e análise dos dados, foi utilizado o software Excel versão 16.0. Resultados e discussão: Durante os anos de 2018 a 2021, o número de casos confirmados de sífilis em gestantes no estado do Amapá somou um total de 1.152, sendo a capital Macapá o município com a maior quantidade de diagnósticos (71,09%). A incidência da doença em gestantes no estado apresentou os valores mais altos no ano de 2019 (31,6%). Além disso, foram registrados 443 casos de sífilis congênita no estado ao longo dos 4 anos, sendo 2020 o ano com o maior número de notificações, com 140 diagnósticos (30,60%), enquanto o ano de 2021 apresentou uma notável redução, com 85 casos (19,18%). Relacionado a esses dados, verificou-se que o perfil predominante de gestantes com sífilis no Amapá caracteriza-se por faixa etária de 15-19 anos (34,08%), raça parda (74,56%), ensino fundamental incompleto (19,70%) e realização de pré-natal (70,20%). Entre os indivíduos com sífilis congênita, 6 evoluíram para óbito, 209 eram pardos e 411 obtiveram o diagnóstico aos 6 dias de vida. Conclusão: Entre 2018 e 2021, a sífilis congênita no Amapá teve maior prevalência em recém-nascidos de cor parda e com menos de uma semana de vida. As gestantes, por sua vez, apresentaram faixa etária jovem, cor parda, ensino fundamental incompleto e realização de pré-natal. Além disso, o município de Macapá e o ano de 2020 tiveram ênfase nos casos dessa patologia. Dessa forma, é imprescindível intensificar as estratégias voltadas para a prevenção e o diagnóstico precoce de sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis, especialmente na assistência pré-natal, a fim de possibilitar o tratamento correto das gestantes acometidas e a redução da morbimortalidade pela sífilis congênita.

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