Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA A OCORRÊNCIA DE REAÇÃO ADVERSA IMEDIATA À DOAÇÃO DE SANGUE EM UM SERVIÇO DE HEMOTERAPIA DE MÉDIO PORTE
Abstract
Objetivos: A ocorrência de reações adversas imediatas (RAI) à doação de sangue podem impactar na fidelização dos doadores. O presente estudo tem como objetivo analisar o perfil dos indivíduos e os fatores de risco relacionados a ocorrência de RAI associadas a doação de sangue total (ST). Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, retrospectiva, transversal, realizada no Hemonúcleo de São João Del Rei e no Posto de Coleta Avançada de Lavras da FH. Foram avaliadas a ocorrência/característica da RAI à doação de ST e dados da doação/doador como: sexo, idade, peso, doação de sangue pela primeira vez, história prévia de RAI à doação, dentre outros. Projeto aprovado pelos CEP da Fundação Hemominas e da UNICAMP. Resultados: Foram realizadas 12.874 doações de ST no período de estudo, sendo 5,01% com RAI. Deste total, 38,71% doações espontâneas e 61,28% reposição, sendo 52,55% doadores do sexo masculino. Houve preodomínio de doadores de repetição (72,97%). Quanto a distribuição etária tivemos: 60 (1,78%). Dos doadores com RAI, 41,08% realizaram doações espontâneas e 58,91% de reposição, predominado o sexo feminino (60,31%) com distribuição semelhantes entre doadores de 1ªvez e repetição (49,76% e 50,23%, respecitivamente. Neste grupo (com RAI) a distribuição etária foi: 60 (0,31%). Uma pequena parcela já havia apresentado RAI em doações anteriores (2,94%), somente 32,71% retornaram para nova doação após RAI. Quanto agravidade da RAI observamos um predomínio de leves (87,59%), com somente 0,77% graves. A maioria das RAI apresentaram manifestações sistêmicas (85,11%). Discussão: : Na análise dos dados pode-se perceber que o maior número de doadores que comparecem é de repetição, e uma incidência discretamente maior de RAI é entre os de 1ªvez. Quanto ao sexo, há um predomínio de doadores do sexo masculino com uma ocorrência maior de RAI nas doadoras do sexo feminino. Predominam doadores da faixa etária de 18 e 29 anos, com uma maior ocorrência de RAI entre doadores mais jovens (< 18 anos) a prevalência de RAI foi maior entre eles. Não houve diferença significativa entre candidatos de reposição e espontâneos no total de doadores ou com RAI. Os poucos registros de RAI em doação anterior associados ao baixo retorno para doar após RAI, confirmam que a ocorrência pode influenciar na fidelização do doador. Conclusão: O conhecimento dos fatores de risco para a ocorrência de RAI à doação de ST pode contribuir para a melhoria da assistência prestada e favorecer a implementação de medidas que permitam diminuir estes eventos. A realização de mais estudos nessa área poderá contribuir melhoria contínua do processo e o aumento de doadores fidelizados.