Psicologia: Reflexão e Crítica (Dec 2005)

Pensamento e linguagem: uma discussão no campo da psicologia da educação matemática Thought and language: a discussion in the field of psychology of mathematics eucation

  • Mônica Maria Lins Lessa,
  • Jorge Tarcísio da Rocha Falcão

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-79722005000300004
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 3
pp. 315 – 322

Abstract

Read online

O presente artigo retoma a discussão acerca da relação entre pensamento e linguagem no processo de conceptualização em matemática. Nesse sentido, são oferecidos subsídios empíricos a partir de outros estudos, que permitem discutir e contestar a idéia teórica que propõe um papel central e fundante da linguagem para tal processo de conceptualização. Dados de pesquisa didática referente à compreensão do princípio da equivalência entre equações no ensino introdutório de álgebra permitiram comparar situações de ensino fundadas em competências-em-ação não-verbais versus situações baseadas na explicitação verbal de aspectos relacionados à igualdade entre equações. Os resultados obtidos mostraram ausência de diferenças entre os grupos quanto à apropriação de procedimento algébrico para resolução de problemas, sugerindo complementaridade entre tais métodos. Tais resultados permitem concluir acerca do interesse das representações simbólicas para a conceptualização em matemática, sem com isso excluir ou considerar em plano subalterno aspectos relacionados à ação e à corporeidade na construção do conhecimento matemático.This paper brings back the theoretical debate concerning the relationship between thought and language in the process of mathematical conceptualization. Empirical data issued from other studies are offered for discussing and refusing the idea of assigning a central role to language in concept development and learning in mathematics. These data referred to a didactic research aimed at helping in the understanding of the principle of equivalence between equations, in introductory algebra. Two different didactic contexts were compared: a group working with non-verbal competencies-in-action connected with the principle of equivalence, and another group working on making verbally explicit the meaning of the equality between equations. Results showed no difference in terms of algebraic procedures in problem solving between the two groups. Instead, both methods seem to be complementary. These data confirm the interest of symbolic representation in the process of mathematical conceptualization, neither excluding nor assigning a secondary role to action and corporeality.

Keywords