Saberes Plurais (Dec 2024)

MEDICINA, LITERATURA E TRÊS HISTÓRIAS

  • Isabela Lovatti Rovetta,
  • Julia Bemfica de Faria Teixeira,
  • Luana Carelli Reis,
  • Bruno Pereira Stelet

DOI
https://doi.org/10.54909/sp.v8i2.143860
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 2
pp. e143860 – e143860

Abstract

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Introdução: A Medicina Narrativa emerge como uma metodologia que utiliza a leitura de obras literárias e a escrita para desenvolver a empatia, a autorreflexão e o entendimento das complexidades sociais e emocionais dos pacientes. A partir desses princípios, enfatiza-se a importância de uma abordagem humanizada na formação médica, que valorize tanto a escuta quanto a interpretação das histórias dos pacientes. Objetivo: O presente ensaio tem como objetivo explorar a intersecção entre Medicina e narrativa, investigando como a literatura pode ser utilizada na educação médica. Desenvolvimento: O ensaio parte da experiência de um grupo de estudos em Medicina Narrativa formado por estudantes de Medicina, que, com orientação pedagógica, selecionaram livros para refletir sobre temas sociais e éticos. Três obras literárias foram discutidas – “O Quinze”, de Raquel de Queiroz, “Memórias da Água”, de Emmi Itäranta e “A Trança”, de Laetitia Colombani. Cada obra suscitou debates sobre questões como vulnerabilidade social, impactos das mudanças climáticas na saúde e a diversidade cultural. A análise de cada texto conecta as trajetórias dos personagens a reflexões sobre prática médica, destacando o potencial da literatura para sensibilizar os futuros médicos sobre a pluralidade das condições sociais. Conclusão: A educação médica pode se beneficiar do uso de narrativas ao proporcionar uma compreensão mais aprofundada do sofrimento humano, bem como da complexidade das realidades socioculturais dos pacientes. A Medicina Narrativa oferece ferramentas para aprimorar a capacidade de escuta e de interpretação, auxiliando os estudantes de Medicina a se tornarem mais atentos e empáticos às histórias das pessoas. Este ensaio reforça a ideia de que a literatura e a narrativa parecem constituir um exercício para produzir cuidado humanizado e responsável em saúde, promovendo uma prática clínica que respeite a individualidade de cada paciente sem perder de vista as interferências sociais nos processos de saúde e adoecimento.

Keywords