Cadernos de Linguística (Sep 2021)
Comunidades de fala efêmeras
Abstract
O tema do presente artigo é uma leitura crítica e interpretativa da Carta de Pero Vaz de Caminha, de 1500, tendo por temática uma análise teórica do contato linguístico, por uma fundamentação a partir de dois campos interdisciplinares: a Historiografia da Linguística e a Ecolinguística. Para tal intento, valemo-nos do conceito de “comunidade de fala efêmera” (COUTO, 2016), analisando o relato do escrivão da armada de Cabral do contato entre indígenas Tupiniquins e Nicolau Coelho, experiente navegador português, que ocorreu na região de Porto Seguro, na América portuguesa quinhentista. Analisamos o contexto do pensamento linguístico da época, pelo aparato conceitual de Swiggers (2013), na atuação de línguas, os intérpretes coloniais, e como esse processo de contato linguístico se processava, empiricamente, nesse contexto histórico. Por fim, tecemos considerações e comentários para a análise do pensamento linguístico desse período histórico, em que os intérpretes conhecidos como línguas atuavam nas relações interculturais entre comunidades linguísticas diversas.
Keywords