Psi Unisc (Jul 2019)
A (In)Visibilidade de Mulheres Usuárias de Álcool e Outras Drogas em um CAPS AD III
Abstract
A estigmatização e o preconceito são representações sociais atribuídas às mulheres usuárias de álcool e outras drogas. Estas repercussões estabelecem uma desaprovação e culpabilização à população feminina, acarretando sua invisibilidade nos espaços públicos. O objetivo deste artigo consiste em compreender a (in)visibilidade de mulheres que frequentam o Grupo Feminino no Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (CAPS AD III) de um município do interior do Rio Grande do Sul. O estudo abrange o entendimento acerca dos modos de subjetivação das mulheres, assim como busca discutir as questões de gênero que se atravessam no cuidado em Saúde Mental. A pesquisa constituiu-se com o método da Observação Participante, através da aproximação com o campo empírico. Empregou-se o registro do diário de campo para a discussão a respeito da aproximação com as particularidades que perpassam a existência destas mulheres. Constatou-se que o grupo feminino ocupa um espaço importante na vida das mulheres, porém, algumas delas compareceram somente para solicitar e retirar as receitas médicas, o que acarreta sua invisibilidade no serviço público. A suposta ideia de redes/serviços de apoio para as mulheres foi confirmada a partir dos relatos que apontaram o contexto familiar, o CAPS AD III (especialmente o grupo feminino) e os amigos como pontos de proteção para estas. Ao discutir sobre gênero no âmbito da saúde mental, tornou-se possível observar uma concepção biologizante destinada ao cuidado às mulheres. Estas costumam não falar de sua trajetória, buscando compreender apenas o funcionamento de sua doença.
Keywords