Adesão ao tratamento da Tuberculose

Abstract

Objetivo: investigar como as recomendações sobre adesão terapêutica dos Manuais de Controle da Tuberculose constituem estratégias biopolíticas de Promoção da Saúde na sua vertente neoliberal. Método: pesquisa documental, qualitativa, que analisou cinco Manuais publicados entre 2002 e 2019 inspirada em metodologias pós-críticas. Resultados: identificou-se quatro 1) a exaltação do saber da estatística como fortalecimento da lógica gerencialista; 2) a priorização do tratamento dos casos bacilíferos e instituição de medidas de controle do risco da contaminação como forma de manter a segurança da população saudável; 3) ênfase discursiva na população vulnerável como forma de encobrir o preconceito e discriminação pela TB; 4) o discurso da superação da pobreza a partir da constituição do sujeito empresário de si como forma de compensação da falta de políticas de proteção social. Conclusões: Algumas recomendações de controle da TB enquanto práticas discursivas se constituem em estratégias biopolíticas de promoção da saúde na sua vertente neoliberal. Isso ocorre por meio do discurso sanitário que enfatiza os aspectos individuais da promoção da saúde como autocuidado, autorresponsabilização, autonomia, empoderamento do sujeito, sem levar em consideração que determinantes sociais da saúde estão fortemente relacionadas com os processos de doença dos indivíduos e populações, mesmo quando se trata de populações em situações de vulnerabilidades, para as quais as políticas de proteção social são imprescindíveis para a adesão terapêutica e a cura.

Keywords

• Tuberculose
• Cooperação e Adesão ao Tratamento
• Promoção da Saúde
• Populações Vulneráveis
• Controle de Doenças Transmissíveis