Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

O USO DE NANOMATERIAIS EM TERAPIA DIRIGIDA CONTRA A LEUCEMIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

  • PE Oliveira,
  • CDC Gentile,
  • EAC Lima,
  • MM Noronha,
  • ELF Mota,
  • GF Costa,
  • GS Feitosa,
  • IGD Jorge,
  • IS Estevam,
  • JM Dubanhevitz

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1128

Abstract

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Objetivos: Avaliar os estudos mais recentes atinentes à utilização de nanomateriais no contexto de uma terapia dirigida contra a leucemia. Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão de literatura, de natureza descritiva, frente à análise de artigos publicados, entre os anos de 2020 e 2024, nas bases de dados PubMed e Cell Press Journals. Para isso, utilizou-se os descritores em inglês “nanomaterials”, “target therapy”e “leukemia”. Após passar pelos critérios de inclusão e exclusão, o estudo resultou em uma amostra total de cinco artigos de revisão selecionados: três (3) do PubMed e dois (2) do Cell Press Journals. Resultados: As terapias atuais evidenciadas no tratamento da leucemia abrangem, principalmente, a quimioterapia, a radioterapia, o transplante de células-tronco, a imunoterapia e a terapia direcionada. Nesse aspecto, o surgimento de novas interfaces terapêuticas – como o uso de nanomateriais – representa um avanço proeminente para a melhoria dos resultados terapêuticos. Esses materiais são compostos por partículas que possuem tamanho inferior a 1000 nm e detêm propriedades físicas, químicas e biológicas singulares, as quais conferem reatividade aprimorada, maior absorção celular e alta relação área de superfície/volume. Os estudos pontuam, quanto ao mecanismo de ação dos nanomateriais, a sua reverência em possibilitar a administração direcionada de medicamentos. Essas nanopartículas podem atuar como ligantes ou anticorpos que se ligam, de forma seletiva, às células cancerígenas e administram, no local do tumor, medicamentos de forma direta. Ainda quanto à farmacodinâmica dessas partículas, os nanomateriais também podem liberar medicamentos de forma controlada, podendo prolongar a ação de quimioterápicos. Essas partículas conseguem, também, aumentar a absorção e o transporte de medicamentos através das membranas celulares, auxiliando no combate à resistência a múltiplos medicamentos. Discussão: O uso de nanomateriais em terapias dirigidas à leucemia é de suma importância, tendo em vista os seus benefícios para a maior eficácia terapêutica. Uma abordagem inovadora utiliza nanopartículas de ouro como carreadores de doxorrubicina, um medicamento quimioterápico. Ao serem ativadas por laser, essas nanopartículas liberam esse fármaco de forma controlada, direcionando-o para células cancerígenas, permitindo, assim, um tratamento mais personalizado. Fora isso, esses materiais também podem aumentar a sensibilidade e a especificidade de exames de imagem, como a RM e a TC. As propriedades fluorescentes, magnéticas e ópticas desses nanomateriais permitem a visualização direta e indireta de tumores. Por exemplo, nanopartículas de ouro funcionalizadas com peptídeos específicos permitem a visualização de células cancerígenas por TC. Contudo, empecilhos podem ser notados quanto à aplicabilidade do uso das nanopartículas no tratamento da leucemia, haja vista que a síntese de nanomateriais com características uniformes e reprodutíveis é complexa e pode ser difícil de escalar para produção em massa. Conclusão: Portanto, a nanotecnologia empregada na terapia direcionada à leucemia pode trazer oportunidades e aplicações específicas. Atrelada a isso, a administração de fármacos nanomédicos tem forte potencial terapêutico e desempenha funções farmacodinâmicas e farmacocinéticas importantes para a maximização de tecnologias terapêuticas emergentes no combate à leucemia.