Teocomunicação (Jan 2018)
Hōs me e o sentido da carne: um olhar sobre o homo sacer contemporâneo = Hōs me and the sense of flesh: a look upon contemporary homo sacer
Abstract
Com a máxima “Pois quando sou fraco, então é que sou forte”, Paulo Apóstolo convoca as pessoas a fazerem um novo uso de si, tornando-se libertas na medida em que se prestem a servir a Deus. Atento ao problema da exclusão (inclusiva), própria à modernidade, motivo do reaparecimento do homo sacer no mundo atual, Giorgio Agamben relê a tese paulina e, ao propor um novo uso da teologia, coloca no centro do debate científico o termo hōs me (como não), apresentando possíveis saídas para a dissolução da violência política e jurídica que é, para ele, na história moderna, responsável pela criação da tensão entre a civilização e a barbárie. Nesse contexto, o homo sacer (vida nua) pode ser compreendido menos como a máxima expressão da finitude e mais como a revelação extrema da potência humana, a justificar o abandono dos mecanismos que o recriam e, com isso, o início de uma nova condição de humanidade