Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

VALIDAÇÃO DO PROCESSO DE AFERIÇÃO DE HEMATÓCRITO E HEMOGLOBINA NO EQUIPAMENTO VSM - CNOGA

  • RC Torres,
  • MF Costa,
  • GMS Junior,
  • LPS Dantas,
  • PCC Santos-Júnior,
  • CS Guimarães,
  • RFD Santos

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S730 – S731

Abstract

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Todo serviço de hemoterapia no Brasil segue as diretrizes da Portaria nº158/2016 do Ministério da Saúde em relação aos critérios de inaptidão de candidatos à doação de sangue. Ao considerar os níveis de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Hct), os valores mínimos aceitáveis são de Hb = 12,5g/dL ou Hct = 38% para mulheres e Hb = 13,0g/dL ou Hct = 39% para homens. Esta medição pode ser realizada em amostra de sangue do candidato à doação obtida por punção digital ou por venopunção ou por método validado que possa vir a substituí-los. Objetivou-se validar o processo de aferição Hct e Hb no equipamento VSM - CNOGA para maior conforto dos doadores, visto que nesta técnica não se faz necessário furar o dedo dos mesmos. Trata-se de um estudo metodológico para validação de equipamento/processo, desenvolvido em um serviço de hemoterapia de Sergipe. Antes de iniciar a validação, foi realizado o autoteste dos equipamentos conforme instrução do fabricante (CNOGA Medical Brasil Importação). Os aparelhos foram identificados com nº1 e 2, e os resultados foram registrados em planilha Excel. Foram observadas as orientações previstas no manual técnico do fabricante em relação ao cálculo rápido de IMC para a escolha assertiva do tamanho do manguito do CNOGA a ser selecionado para a aferição. Destaca-se que mesmo com cálculo de IMC baixo para homens, nunca deve ser utilizado Manguito “S”para fazer a medição, pois o dispositivo tem algoritmo para fazer o cálculo de acordo com a fisiologia. Definiu-se que seriam coletados 10 hemogramas de doadores em tubo EDTA de forma aleatória, sendo 5 homens e 5 mulheres, para posterior comparação dos resultados com os do CNOGA. Realizou-se a orientação dos triadores e foi afixada tabela de cálculo IMC em sala de triagem. Antes da aferição, foi realizada a higienização das câmaras dos equipamentos e do feixe luz infravermelha utilizando haste de algodão e álcool 70%. Feito ajuste do virtual manguito dos equipamentos para cada doador conforme IMC. Todos os doadores tiveram seus dedos anelares higienizados, utilizando-se gaze embebida em álcool a 70% e aguardou-se a secagem natural da solução alcoólica para que fosse instalado o equipamento. As amostras de sangue foram acondicionadas em caixa térmica com temperatura de saída de 7,3ºC e chegada ao laboratório na temperatura de 7,7ºC, em um tempo de transporte de 6 minutos. Resultados e discussão: Foi utilizado 60% de grande manguito e 40% médio manguito na amostra do estudo. Constatou-se que os resultados dos hemogramas foram muito próximos dos valores encontrados no CNOGA, com diferenças mínimas +/- 1%, o que é aceitável conforme especificações do fabricante, que determina uma variação dentro de +/- 1 g/dl na dosagem de Hb e de +/- 6% de Hct. Destaca-se que os desvios foram mínimos e dentro da faixa de resultado preconizada pela Portaria nº158/2016. A maior variação de resultado do hemograma versus CNOGA foi de 1% no valor do Hct de uma mulher de 18 anos, 80kg, 1,87 de altura com IMC de 23,37, onde foi utilizado o manguito “M”. Vale ressaltar que, mesmo com esta variação, os dois resultados atendem os parâmetros para aptidão para doação de sangue. Conclusão: Validou-se o equipamento CNOGA para a aferição de Hb e Hct de acordo com a legislação vigente no Brasil. Constatou-se que, fazendo o autoteste do equipamento, realizando a higienização do dedo do doador (a), das câmaras dos equipamentos e do feixe de luz infravermelha, bem como, selecionando o virtual manguito de acordo com IMC, os equipamentos funcionam perfeitamente, sem desvios significativos nos resultados.