DST (Sep 2011)
Correlação entre infecções genitais e alterações citopatológicas cervicais em pacientes atendidas no Sistema de Saúde Pública de Porto Alegre
Abstract
Introdução: o câncer cervical tem sido apontado como a segunda neoplasia mais comum entre as mulheres, sendo muitas vezes associado a agentes infecciosos (AI) relacionados a doenças sexualmente transmissíveis (DST) ou oportunistas do trato genitourinário. Objetivo: avaliar diferentes variáveis epidemiológicas, assim como a prevalência dos AI encontrados no exame citológico preventivo e correlacioná-las às alterações citológicas cervicais benignas e malignas. Métodos: análise retrospectiva dos laudos de exames citológicos emitidos entre os anos de 2004 e 2009 de pacientes atendidas em 33 Unidades Básicas de Saúde de Porto Alegre. Foram selecionados 850 laudos de diferentes pacientes e analisadas as variáveis: faixa etária, grau de instrução, AI e alterações celulares. Resultados: cerca de 70% das pacientes situam-se na faixa etária entre 14 e 45 anos, predominando o 1o grau incompleto (38,4%). O agente infeccioso que apresentou maior prevalência foi a Gardnerella vaginalis, com 15,6%, seguida de Candida sp.(2,3%) e Trichomonas vaginalis (2,2%). Dentre as alterações celulares cervicais benignas, a que apresentou maior prevalência foi o epitélio inflamatório (67%), sendo a maioria observada na faixa etária mais jovem. Obteve-se correlação estatisticamente significativa entre as alterações celulares cervicais benignas com os agentes infecciosos e com a idade, sendo que dos 275 casos de inflamação, 161 (58,5%) apresentavam também algum AI. Em relação às alterações celulares malignas, poucos casos foram detectados, não sendo possível obter qualquer correlação. Conclusão: os resultados observados em nosso estudo sugerem que há correlação de alterações cérvico-vaginais benignas com casos de infecções microbianas concomitantes ou pregressas nas pacientes avaliadas neste estudo.