Revista Segurança Alimentar e Nutricional (Feb 2015)

Reflexão sobre as estratégias de controle da anemia em gestantes no Brasil

  • Edna Helena da Silva Machado,
  • Sophia Cornbluth Szarfarc,
  • Denise Cavallini Cyrillo,
  • Elizabeth Fujimori,
  • Célia Colli

DOI
https://doi.org/10.20396/san.v17i1.8634804
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 1

Abstract

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Desde 1977, sanitaristas brasileiros estão preocupados com a anemia e suas conseqüências, especialmente entre gestantes. As perdas de capacidades físicas e mentais, dificilmente mensuráveis resultantes dessa má nutrição, implicam altos custos de tratamentos médicos e, principalmente, significativas perdas de capital humano. A fim de controlar esta deficiência, programas de intervenção foram introduzidos no país em 2004 e 2005: a fortificação com ferro das farinhas de trigo e milho e a suplementação profilática para crianças com sulfato ferroso. No entanto, a maioria das poucas avaliações disponíveis desses programas teve resultados inesperados: não houve redução da prevalência de anemia de gestantes atendidas à primeira consulta nos serviços públicos brasileiros, depois de dois anos de fortificação das farinhas com ferro. Este resultado está associado a dois fatores: 1) a baixa biodisponibilidade dos compostos de ferro usados 2) a baixa ingestão de produtos à base de farinha de trigo e de milho devido ao alto preço e/ou hábito alimentar. Os preços do trigo mostram uma tendência de aumento, o que conseqüentemente, levará a diminuição no seu consumo, principalmente entre a população de baixa renda. Uma das metas do Ministério da Saúde é avaliar constantemente as estratégias adotadas visando aperfeiçoar sua implementação, identificar possíveis causas de vieses e buscar alternativas para o controle da anemia e suas conseqüências que afetam tanto a produtividade individual como o desenvolvimento da nação como um todo.

Keywords