Revista Brasileira de Reumatologia (Aug 2003)

Angiografia como método de diagnóstico da síndrome do desfiladeiro torácico neurovascular: a propósito de um caso

  • Margarida Cruz,
  • António Alves de Matos,
  • Tiago Saldanha,
  • Jaime C. Branco

DOI
https://doi.org/10.1590/S0482-50042003000400012
Journal volume & issue
Vol. 43, no. 4
pp. 267 – 271

Abstract

Read online

O termo síndrome do desfiladeiro torácico (SDT) é usado para descrever o quadro clínico atribuível à compressão do plexo braquial, artéria e veia subclávias na região designada por desfiladeiro torácico. Até hoje, nenhum exame foi considerado gold standard para o diagnóstico. Os autores descrevem o caso de uma adolescente de 16 anos observada na consulta de Reumatologia por omalgia direita com 3 meses de evolução, acompanhada de disestesias do antebraço e mão homolaterais, desencadeadas por movimentos de abdução do ombro. Na observação, a manobra de hiperabdução do membro superior direito desencadeava os sintomas e um enfraquecimento significativo do pulso radial e da pressão arterial, que não sucediam no membro superior contralateral, tendo sido diagnosticada síndrome do desfiladeiro torácico à direita. Foi realizada tomografia axial computorizada (TAC) da região torácica, que não revelou massas infra-claviculares nem axilares à direita. O ecodoppler do membro superior mostrou uma onda trifásica na artéria subclávia, realizou-se também angiografia das artérias subclávia e axilar do membro superior direito. Esta apresentou-se normal em posição neutra, mas, com o braço em abdução máxima, observou-se uma redução do contraste no interior da artéria axilar. Os autores propõem que, quando a clínica for sugestiva de SDT e existir uma suspeita de compressão vascular, deve ser realizada angiografia das artérias subclávia e axilar, para localizar e caracterizar a compressão. A SDT dessa paciente foi atribuída a uma hipotonia muscular do ombro, que foi ultrapassada após fisioterapia com exercícios de reforço dos músculos elevadores do ombro.

Keywords