Revista Portuguesa Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (Jun 2012)

Tumor do espaço parafaríngeo. Revisão de literatura

  • Maria Pimenta Machado,
  • Ana Rita Santos,
  • Luís Freitas,
  • Alberto Santos,
  • Carlos Macor,
  • Óscar Dias,
  • Mário Andrea

DOI
https://doi.org/10.34631/sporl.96
Journal volume & issue
Vol. 50, no. 2

Abstract

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Introdução: O espaço parafaríngeo é uma área anatómica complexa, onde se pode encontrar uma grande variedade de tumores, benignos e malignos. No entanto, os tumores do espaço parafaríngeo são raros, representam cerca de 0,5% dos tumores da cabeça e pescoço. Caso clínico: Apresenta-se o caso de um homem de 54 anos com queixas de roncopatia e disfagia. No exame objectivo observou-se abaulamento do palato mole com medialização da amígdala palatina esquerda. O diagnóstico foi de tumor do espaço parafaríngeo. Foi submetido a cirurgia: abordagem transcervical-parotídea com mandibulectomia mediana. O resultado anatomo-patológico da peça operatória foi de adenoma pleomórfico. Discussão: Os TEP, pela sua raridade, clínica insidiosa e inespecífica, podem passar despercebidos por um longo período de tempo. A história clínica e o exame objectivo podem sugerir a etiologia da lesão. Os exames imagiológicos são essenciais para a caracterização destes tumores: localização, tamanho, extensão. No entanto, há controvérsias sobre o que se deve pedir como exame de primeira linha. Há autores que consideram a citologia aspirativa por agulha fina, essencial no diagnóstico histológico tumoral. O tratamento de escolha dos TEP é cirúrgico. Várias abordagens cirúrgicas têm sido descritas ao longo do tempo. A escolha da técnica cirúrgica depende da localização, do tamanho e da extensão tumoral. Conclusão: Os TEP são tumores raros e maioritariamente assintomáticos. O índice de suspeita tem de ser elevado, O tratamento destes tumores é considerado um desafio. Sendo raros, a experiência pessoal é sempre reduzida. Localizandose numa área anatómica complexa, o acesso é difícil. O tratamento é cirúrgico. Na maioria dos casos, é utilizada a abordagem transcervical para tumores retro-estilóides e a abordagem transcervical-parotídea para tumores préestilóides, com ou sem mandibulectomia. A decisão cirúrgica acertada, permite o sucesso terapêutico, reduz o risco de complicações pós-operatórias, bem como o risco de recidiva tumoral.

Keywords