Brazilian Journal of Nephrology (Sep 2009)

Sobrevida em hemodiálise crônica: estudo de uma coorte de 1.009 pacientes em 25 anos Survival in chronic hemodialysis: study of a cohort of 1,009 patients in 25

  • Luiz Alberto Michet da Silva,
  • Nereu Francisco Mezzomo,
  • Henry Mor Pansard,
  • Luiz Cláudio Arantes,
  • Werner Rempel,
  • Laércio Cassol Argenta,
  • Arnaldo Teixeira Rodrigues,
  • Rafael Lampert Cauduro,
  • Daniel Melchiades da Silva,
  • Clóvis Luís Konopka,
  • Elton Luíz Weber,
  • Geni Burg,
  • Clara Maria Trevisan,
  • Macilene Regina Pauletto,
  • Odete Teresinha Portela,
  • Onélia Costa Cordenuzzi,
  • Juliana Peres Rist,
  • Arlete Maria Timm,
  • Carina Vendrusculo Mezomo,
  • Priscila Kanheski Moreira,
  • Ana Lucia Santos

DOI
https://doi.org/10.1590/S0101-28002009000300004
Journal volume & issue
Vol. 31, no. 3
pp. 190 – 197

Abstract

Read online

INTRODUÇÃO: A maioria dos pacientes com doença renal crônica terminal depende de hemodiálise (HD) para a manutenção de sua vida. A análise dos fatores que influenciam na sobrevida pode auxiliar na busca contínua por melhores resultados. MÉTODOS: Analisamos 1.009 pacientes tratados por HD crônica em três unidades de diálise de Santa Maria, RS, Brasil, durante 25 anos (1982-2007). RESULTADOS: A sobrevida (método de Kaplan-Meier) em 1, 2 e 5 anos foi de 91%, 84% e 64%, respectivamente. No modelo proporcional de Cox, tiveram influência estatisticamente significativa sobre o risco de mortalidade: idade ao iniciar HD (aumento de 4,5% por ano a mais; p = 0,0001), presença de diabetes (aumento de 56%; p = 0,001) e ano de início da HD (redução de 5,2% por ano mais tarde; p = 0,0001). A sobrevida foi significativamente melhor para pacientes que iniciaram HD de 1997 a 2007 do que para os que iniciaram de 1982 a 1996, tanto em diabéticos (54% versus 41% em 5 anos; p = 0,01) como não diabéticos (72% versus 65% em 5 anos; p = 0,045), embora, nestes, a idade tenha sido significativamente maior no período mais recente. CONCLUSÕES: A presença de diabete e cada ano a mais na idade determinaram risco significativamente aumentado. Cada ano subsequente do calendário trouxe um risco significativamente menor. Nos anos mais recentes, a melhora de sobrevida foi maior para pacientes diabéticos e idosos, sendo atribuída a avanços diagnósticos e terapêuticos e melhor qualidade global do programa dialítico.INTRODUCTION: Most patients with end-stage renal disease depend on hemodialysis (HD) for life maintenance. Analysis of factors influencing survival can assist in the continuous search for better results. METHODS: We analysed 1,009 patients treated with chronic HD in three dialysis units in the city of Santa Maria, RS, Brazil, for 25 years (1982-2007). RESULTS: Survival (Kaplan-Meier method) at 1, 2, and 5 years was 91%, 84%, and 64%, respectively. In Cox regression model, the variables with a statistically significant impact on mortality risk were: age at starting HD (increase of 4.5% per additional year; p = 0.0001), presence of diabetes (increase of 56%; p = 0.001), and year of beginning HD treatment (reduction of 5.2% for each subsequent year; p = 0.0001). Survival was significantly better for patients who started HD from 1997 to 2007 than for those who started from 1982 to 1996, for both diabetic (54% vs. 41% at 5 years; p = 0.01) and nondiabetic patients (72% vs. 65% at 5 years; p = 0.045), although nondiabetic patients were significantly older in the latter period. CONCLUSIONS: The presence of diabetes and each additional year in age led to significantly increased risk. Regarding the year of the beginning of the HD program, a significantly smaller risk was observed for each subsequent calendar year. The increase in survival achieved in more recent years was greater for diabetic and older patients. It was attributed to diagnostic and therapeutic improvements and better overall quality of the dialysis program.

Keywords