Revista Brasileira de Enfermagem (Feb 2013)
Corpos estranhos, mas não esquecidos: representações de mulheres e homens sobre seus corpos feridos Cuerpos extraños, pero no olvidados: representaciones de mujeres y hombres sobre sus cuerpos heridos Awkward bodies, but not forgotten: representations of women and men about their wounded bodies
Abstract
Estudo qualitativo, cujo objetivo foi apreender e analisar as representações sobre o corpo ferido, e em que foram colhidos, através da entrevista em profundidade, depoimentos de dezoito adultos, feridos crônicos, usuários de ambulatório de cuidado a pessoas com feridas de um hospital público na cidade de Salvador-BA. A partir da Análise de Conteúdo Temática, emergiram as seguintes categorias relativas ao corpo ferido: é um estranho que promove sofrimento; é constantemente vigiado; é rejeitado; é prisioneiro; está vulnerável à violência; exige cuidado especial e, é um corpo em luto. Essas representações firmam-se em imagens negativas e de sofrimento, e evidenciam que o corpo ferido, muito diferente do corpo idealizado, promove sentimentos contraditórios e autodepreciativos. Os resultados revelaram que as pessoas com feridas crônicas estranham seus próprios corpos, experimentam sentimentos negativos acerca de sua imagem, e mobilizam alternativas de autocuidado e de apresentação pessoal, distintas das acionadas antes da cronificação.Estudio cualitativo, con el objetivo de aprehender y analizar las representaciones sobre el cuerpo herido, en que fueran recolectados testimonios, por medio de entrevistas en profundidad, de dieciocho adultos con heridas crónicas usuarios de un ambulatorio de cuidado a las personas heridas en hospital público de Salvador. Tras el Análisis de Contenido Temática, emergieron las siguientes categorías sobre el cuerpo herido: el cuerpo es un extraño, que produce sufrimiento; es constantemente vigilado; es rechazado; es prisionero; es vulnerable a la violencia; exige cuidado especial y, es un cuerpo en duelo. Estas representaciones si han inscrito en las imágenes negativas y del sufrimiento, y evidencian que el cuerpo herido muy diferente del cuerpo idealizado promueve sentimientos contradictorios y de auto desprecio.In this qualitative study, which aimed to capture and analyze the representations of the body injured, it were collected, through in-depth interviews, the discourses of eighteen adults, with chronic wounds, users of an outpatient service of a public hospital in the city of Salvador-BA, that cares of wounded individuals. From the analysis of the statements, through Thematic Content Analysis, emerged the following categories, related to the wounded body: It is a strange that promotes suffering; It is constantly watched; It is rejected; It is a prisoner; It is vulnerable to violence; It requires special care, and It is a body in grief. Such representations are anchored in negative images and suffering, and reveal that, very different from the idealized body, the wounded body promotes mixed feelings and self-deprecating. The results showed that people with chronic wounds consider their own bodies as awkward; they experience negative feelings about their image, and mobilize alternatives for self-care and personal presentation, distinct from those activated before chronic state.