Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Dec 2005)

Avaliação da função autonômica na cardiomiopatia hipertrófica Assessing autonomic function in hypertrophic cardiomyopathy

  • Marcelo Imbroinise Bittencourt,
  • P. R. Benchimol-Barbosa,
  • Cantídio Drumond Neto,
  • Ricardo Bedirian,
  • Eduardo Corrêa Barbosa,
  • Flavia Brasil,
  • Alfredo de Souza Bomfim,
  • Francisco Manes Albanesi Filho

DOI
https://doi.org/10.1590/S0066-782X2005001900004
Journal volume & issue
Vol. 85, no. 6
pp. 388 – 396

Abstract

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OBJETIVO: Avaliar a função autonômica na cardiomiopatia hipertrófica (CMH) através da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) e correlacioná-la com dados ecocardiográficos. MÉTODOS: Foram estudados 2 grupos pareados por sexo, idade e freqüência cardíaca: A) 10 pacientes com CMH septal (70% não obstrutiva); B) 10 voluntários saudáveis. A VFC foi analisada durante quatro estágios sucessivos: repouso, respiração controlada, teste de inclinação e respiração controlada associada ao teste de inclinação. Compararam-se as médias das variáveis entre os grupos, intragrupos durante os estágios, e no grupo A, correlacionando com as medidas ecocardiográficas (septo interventricular e diâmetro atrial esquerdo). RESULTADOS: Não observamos diferença na VFC entre os grupos nos 3 primeiros estágios. No 4º estágio, constatamos que medidas de atividade vagal apresentaram valores maiores no grupo A [logaritmo da raiz média quadrática das diferenças entre intervalos RR (LogRMSSD) - 1,35±0,14 vs 1,17±0,16; p=0,019; logaritmo do componente alta freqüência (LogAF)-4,89±0,22 vs 4,62±0,26; p=0,032]. Durante os estágios, também verificamos que medidas vagais [proporção de pares de intervalos RR consecutivos cuja diferença > 50ms (pNN50) e LogAF] apresentaram menor redução durante o 3º estágio no grupo A, e o LogAF, um aumento no último estágio (p=0,027), indicando marcante atividade parassimpática neste grupo. A análise da VFC do grupo A não revelou diferença entre pacientes com maior hipertrofia ou diâmetro atrial. CONCLUSÃO: 1) ocorreu predomínio parassimpático durante estimulação autonômica nos pacientes com CMH; 2) não encontramos correlação entre VFC e as medidas ecocardiográficas analisadas.OBJECTIVE: Assess the autonomic function in hypertrophic cardiomyopathy (HCM) through heart rate variability (HRV) and to correlate it to echocardiographic data. METHODS: Two groups were studied, and compared for gender, age and HR:A) Ten (10) patients reporting septal HCM (70% non-obstructive); B) ten (10) healthy volunteers. HRV was analyzed along four successive stages: at rest, under controlled breathing, while bending, and controlled breathing associated to bending. Variables means were compared between groups and intra-groups in the different stages; in Group A, variables means were correlated to echocardiographic measurements (interventricular septum and left atrial diameter). RESULTS: No HRV difference was reported among groups in the first 3 stages. In the fourth stage vagal activity was shown to be higher in Group A [quadratic mean log between RR intervals (RMSSD) - 1.35±0.14 vs 1.17±0.16; p=0.019; high frequency component logarithm (LogHF)- 4.89±0.22 vs 4.62±0.26; p=0.032]. Along the stages, vagal measurements [rate of pairs of consecutive RR intervals whose difference is > 50ms (pNN50) and LogHF] also showed lower reduction in the third stage in Group A, while LogHF showed some increase in last stage (p=0.027), thus indicating marked parasympathetic activity in that group. Group A HRV analysis showed no difference among patients reporting larger hypertrophy or atrial diameter. CONCLUSION: 1) parasympathetic prevalence was shown during autonomic stimulation in HCM patients; 2) no correlation was found between HRV and echocardiographic measurements under analysis.

Keywords