Revista Portuguesa de Cardiologia (Jan 2012)

Mean pulmonary arterial pressure after percutaneous mitral valvuloplasty predicts long-term adverse outcomes

  • Elisabete Jorge,
  • Rui Baptista,
  • Henrique Faria,
  • João Calisto,
  • Vítor Matos,
  • Lino Gonçalves,
  • Pedro Monteiro,
  • Luís A. Providência

Journal volume & issue
Vol. 31, no. 1
pp. 19 – 25

Abstract

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Introduction and aim: Percutaneous mitral valvuloplasty (PMV) is an effective treatment option for mitral stenosis (MS), but its success is assessed on the basis of clinical and echocardiographic outcomes in studies with relatively short follow-up. We aimed to characterize a cohort of patients undergoing PMV with long-term follow-up and to determine independent predictors of post-PMV mitral re-intervention and event-free survival. Methods: We studied 91 consecutive patients with MS who underwent PMV with a median clinical follow-up duration of 99 months. Two endpoints were considered: post-PMV mitral re-intervention (PMV or mitral surgery) and a composite clinical events endpoint including cardiovascular death, mitral valve re-intervention and hospital admission due to decompensated heart failure. We compared patients who required post-PMV mitral re-intervention with those who did not during follow-up. Results: The study population included 83.5% females and mean age was 48.9 ± 13.9 years. The 1-, 3-, 5-, 7- and 9-year rates of clinical event-free survival were 93.0 ± 2.8%, 86.0 ± 3.9%, 81.0 ± 4.4%, 70.6 ± 5.6%, and 68.4 ± 5.8%, respectively. The 1-, 3-, 5-, 7- and 9-year rates of mitral re-intervention-free survival were 98.8 ± 1.2%, 97.5 ± 1.7%, 92.1 ± 3.1%, 85.5 ± 4.5%, and 85.5 ± 4.5%, respectively. The median time to mitral re-intervention was 6.2 years. Patients who required mitral re-intervention during follow-up were younger (43.3 vs. 51.2 years, p=0.04) and had higher pre- and post-PMV mitral gradient (14.9 vs. 11.5 mmHg, p=0.02 and 6.4 vs. 2.1 mmHg, p<0.001) and higher post-PMV mean pulmonary artery pressure (mPAP) (30.0 vs. 23.2 mmHg, p=0.01). In a Cox proportional hazards model, mPAP ≥25 mmHg was the sole predictor of both mitral re-intervention (HR 5.639 [1.246–25.528], p=0.025) and clinical events (HR 3.622 [1.070–12.260], p=0.039). Conclusion: In our population, immediate post-PMV mPAP was the sole predictor of post-PMV mitral intervention. These findings may help identify patients in need of closer post-PMV follow-up. Resumo: Introdução e objetivos: A valvuloplastia mitral percutânea (PMV) é uma opção eficaz para o tratamento da estenose mitral. Contudo, os resultados deste procedimento são baseados em estudos clínicos e ecocardiográficos com tempos de seguimento relativamente curtos. Os objetivos deste estudo são caracterizar uma população de doentes submetidos a PMV, realizar um seguimento clínico de longa duração e determinar os preditores independentes de reintervenção mitral após PMV e de sobrevida livre de eventos. Métodos: Foi estudada uma população de 91 doentes com estenose mitral tratada por PMV e realizou-se um seguimento clínico com a duração média de 99 meses. Foram pré-definidos dois endpoints: reintervenção mitral pós-PMV (PMV ou cirurgia mitral) e um endpoint clínico combinado que incluiu morte de causa cardiovascular, reintervenção mitral e internamento hospitalar por insuficiência cardíaca descompensada. Foi realizado um estudo comparativo entre os doentes que necessitaram de reintervenção mitral após PMV e os que não foram reintervencionados durante o tempo de seguimento clínico. Resultados: A população estudada incluiu 83,5% de mulheres e a idade média foi de 48,9 ± 13,9 anos. As taxas de sobrevida livre de eventos aos 1, 3, 5, 7 e 9 anos foram de 93,0 ± 2,8%; 86,0 ± 3,9%; 81,0 ± 4,4%; 70,6 ± 5,6% e 68,4 ± 5,8%, respetivamente. As taxas de sobrevida sem reintervenção mitral aos 1, 3, 5, 7 e 9 anos foram de 98,8 ± 1,2%; 97,5 ± 1,7%; 92,1 ± 3,1%; 85,5 ± 4,5% e 85,5 ± 4,5%, respectivamente. O tempo mediano até à reintervenção mitral foi de 6,2 anos. Os doentes que necessitaram de reintervenção mitral durante o seguimento clínico eram mais novos (43,3 vs. 51,2 anos, p = 0,04), tinham gradientes transmitrais pré e pós-PMV mais elevados (14,9 vs. 11,5 mmHg, p = 0,02 e 6,4 vs. 2,1 mmHg, p < 0,001) e uma pressão média na artéria pulmonar (mPAP) pós-PMV mais elevada (30,0 vs. 23,2 mmHg, p = 0,01). No modelo de regressão logística de Cox a mPAP ≥ 25 mmHg foi o único preditor de reintervenção mitral (HR 5,639 [1,2-25,5], p = 0,025) e de eventos clínicos (HR 3,6 [1,1-12,3], p = 0,039). Conclusão: Na população estudada, a mPAP medida imediatamente após a valvuloplastia mitral foi o único preditor de reintervenção mitral. Os resultados deste estudo podem contribuir para a identificação dos doentes que beneficiam de um seguimento pós-PMV mais frequente. Keywords: Mitral stenosis, Percutaneous valvuloplasty, Outcome, Mean pulmonary artery pressure, Palavras-chave: Estenose mitral, Valvuloplastia mitral percutânea, Prognóstico, Pressão média na artéria pulmonar