Cadernos de Saúde Pública (Feb 2001)
Preenchimento de variáveis nas declarações de óbitos por causas externas de crianças e adolescentes no Recife, de 1979 a 1995 Analysis of child and adolescent mortality reporting in Recife from 1979 to 1995
Abstract
O artigo analisa o preenchimento de variáveis das declarações de óbitos (DO) por causas externas de crianças e adolescentes residentes no Recife, de 1970 a 1995. Analisou-se o grau de preenchimento das variáveis de pessoa (ocupação, grau de instrução, assistência médica, confirmação do diagnóstico por necropsia e tipo de violência) e de lugar (local e município de ocorrência do óbito e local do acidente) por intermédio do Qui-quadrado de tendência. Verificou-se deficiência na quantidade e ou qualidade no preenchimento para grande parte das variáveis analisadas. As variáveis grau de instrução e assistência médica alcançaram em 1995 percentuais de preenchimento de 5, 7% e 17, 9% respectivamente. Observou-se incompatibilidade entre os dados para local de ocorrência do óbito e assistência médica, bem como entre os de local do acidente e o número de acidentes. Os resultados encontrados sugerem dissociação entre o objetivo da inclusão da variável na DO e o seu uso social. O trabalho oferece subsídios ao setor público para melhoria da coleta e crítica dos dados do sistema de informação de mortalidade.This article analyzes the completion of death certificates related to external causes in children and adolescents residing in Recife, Pernambuco State, Brazil, from 1979 to 1995. The analysis focused on the extent to which the following variables were filled in: personal data (occupation, level of schooling, medical care, confirmation of diagnosis by post-mortem, and type of violence) and place (location and municipality of both occurrence and death). Using the chi-squared method, quantitative and/or qualitative flaws were found in most of the variables analyzed. In 1995, the "schooling" and "medical care" variables were recorded in only 5.7% and 17.9% of cases, respectively. Mismatches were observed between data on place of death and medical care, as well as between place of accident and number of accidents. The results suggest a dissociation between the objective of including the variable in the death certificate and its social function. The study provides the public sector with support for improved collecting and critical analysis of data in the mortality information system.
Keywords