RevSALUS (Jan 2024)

O papel das práticas e estilos parentais no estado nutricional das crianças: revisão sistemática da literatura

  • Filomena Pereira,
  • Ana Maria Pereira

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.663
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Supii

Abstract

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Introdução: A obesidade infantil é um dos problemas de saúde pública mais preocupante. Estima-se que na Europa, quase 1 em cada 3 crianças vivam com excesso de peso/obesidade. Os hábitos e comportamentos alimentares das crianças e jovens é amplamente influenciado pelo meio familiar onde estão inseridos porque as figuras parentais servem como modelos principais, criam o ambiente físico e social, são responsáveis pela alimentação, estabelecem regras alimentares, encorajam e/ou desencorajam o consumo de determinados alimentos influenciando direta/indiretamente os hábitos alimentares e a composição corporal das crianças/jovens. Objetivo: Avaliar e resumir as evidências científicas sobre o papel das práticas e estilos parentais no estado nutricional das crianças. Métodos: Revisão da literatura segundo a metodologia PRISMA. A colheita de dados foi realizada entre Janeiro e Maio de 2023, para tal utilizaram-se as bases de dados eletrónicas: Pubmed, Scientific Eletronic Library On-Line (Scielo), B-ON, Medline, Scopus. Para integrar a revisão da literatura foram selecionados 23 artigos publicados entre 2000 a 2023, em humanos e que respeitassem os seguintes critérios de inclusão: estudos originais que avaliassem o papel das práticas parentais e a sua relação com a composição corporal das crianças. Resultados: Estudos apontam que ingestão de fruta, vegetais e leite pelas crianças aumenta após observarem os modelos parentais a consumirem esses alimentos. Práticas parentais coercivas (em que se restringe ou se recompensa a criança com alimentos) e práticas permissivas (como alimentar a criança para proporcionar conforto) estão associadas com o aumento da ingestão energética/calórica, ingestão de alimentos menos saudáveis e aumento do peso da criança, enquanto a educação alimentar positiva favorece a estrutura (tais como a rotinas, disponibilidade de alimentos) e apoia a autonomia impactando de modo positivo a criação de hábitos alimentares saudáveis e pratica regular de atividade física influenciando positivamente a composição corporal da criança/jovem. Conclusão: É de extrema importância de aumentar a literacia alimentar e nutricional não apenas no meio escolar mas, também envolver ativamente as entidades parentais no que concerne à adoção de estratégias educacionais tendo em vista não só o combate da obesidade infantil mas também a melhoria da qualidade de vida das populações futuras.

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