RevSALUS (Jan 2024)

Determinação de alergénios de amendoim e amêndoa em alimentos comercializados não pré-embalados

  • Renata Soares,
  • Carolina Sousa,
  • Sílvia Soares,
  • Andreia Moreira,
  • Manuela Vieira da Silva,
  • Marisa Freitas

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.718
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Supii

Abstract

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A sustentabilidade ambiental é um tema de destaque a nível mundial. Considerando os princípios da hierarquia da gestão de resíduos e a maior sensibilização da população para evitar o uso de embalagens descartáveis, é inegável o ressurgimento e expansão das lojas de venda de alimentos a granel (Beitzen-Heineke et al., 2017). Apesar dos reconhecidos benefícios a nível ambiental, questões já resolutas relativamente à segurança alimentar podem reincidir, sobretudo devido à potencial ocorrência de contaminação cruzada. Entre as doenças de origem alimentar relacionadas com esta condição, destacam-se as alergias alimentares, dado que considerável parte deste mercado está associado à venda de frutos secos, incluindo amendoins e frutos de casca rija como amêndoa, cuja prevalência de alergias tem aumentado globalmente (Bucchini et al., 2016). Adicionalmente, a gestão dos alergénios parece ser, em geral, bastante incipiente neste tipo de estabelecimentos, sobretudo nos tradicionais. O objetivo deste trabalho consistiu em avaliar a presença inadvertida de alergénios de amendoim e amêndoa em alimentos não pré-embalados disponíveis em lojas a granel tradicionais e grandes superfícies comerciais. No total, foram analisadas 159 amostras de alimentos (~50% de cada tipo de estabelecimento) relativamente à presença de alergénios de amendoim (n=83) e amêndoa (n=76), utilizando Kits ELISA. As amostras foram selecionadas com base na proximidade dos dispensadores de amendoins e amêndoas, bem como produtos servidos com os mesmos utensílios. Verificou-se a presença de resíduos de alergénios de amendoim e amêndoa em 100% das amostras, na sua maioria em concentrações baixas (1-4 ppm). Concentrações mais elevadas foram obtidas em alguns alimentos dos dois tipos de estabelecimentos, como cajú e castanha do maranhão (10-40 ppm), provavelmente devido a contaminação cruzada (i.e., por utensílios e deposição de partículas). Relativamente aos produtos colhidos nas grandes superfícies comerciais, apenas 50% dos rótulos apresentava conformidade com as determinações realizadas, tendo-se verificado a presença de alergénios de amendoim e amêndoa não declarados. Este estudo destaca a necessidade de melhorar as medidas de gestão dos alergénios de amendoim e amêndoa nos estabelecimentos de venda a granel ao nível da prevenção da contaminação cruzada e rotulagem, visando a segurança dos alimentos e a prosperidade deste tipo de estabelecimentos.

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