Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)
EP-440 - PLA-GRAFENO/FIBROÍNA COMO PLATAFORMA PARA O DESENVOLVIMENTO DE BIOSSENSORES ELETROQUÍMICOS: PROVA DE CONCEITO
Abstract
Introdução: No diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), testes rápidos colorimétricos são frequentemente executados no Point of Care (POC), mas possuem menor sensibilidade e especificidade. Os biossensores eletroquímicos, por sua vez, associam elementos biológicos (analito e biorreceptor) em uma plataforma capaz de captar esta interação e transformar a energia desta reação em um sinal elétrico, garantindo ao diagnóstico rapidez, alta sensibilidade e especificidade. Objetivo: O objetivo dessa pesquisa foi estabelecer a prova de conceito de uma plataforma de PLA-Grafeno/Fibroína (PLA-G/F), impressa por manufatura aditiva, destinada à constituição de biossensores eletroquímicos para diagnóstico de ISTs. Método: Filamentos de PLA e PLA-G foram utilizados para a impressão de plataformas por impressão 3D. A seguir, foi depositada na região compatível com o eletrodo uma camada de Fibroína a 0,04%, 0,4% e 4%. A plataforma resultante foi submetida à caracterização química, através da Espectroscopia na Região do Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) e Difração de Raios-X (DRX), e condutométrica, a fim de estabelecer o conceito proposto. Resultados: Os espectros de FT-IR de PLA, PLA-G e PLA-G/F evidenciaram presença de grupos funcionais -CH, C = O e C-O-C, característicos do PLA e PLA-G. Foi também identificada a presença das bandas correspondentes às vibrações de estiramento N-H e O-H, por sua vez correspondentes à amida I e II pertencentes ao domínio amorfo da Fibroína. Nos espectros de DRX, foram observados padrões de difração correspondentes à célula cristalina do PLA e do Grafeno oxidado. Análises de impedância em função da frequência em medições realizadas na plataforma a seco e com álcool etílico hidratado a 70° INPM sob a sua superfície demostraram que a resistência a seco concentra-se em valores entre 80 kΩ e 100 kΩ, com atividade predominante até 10 kHz. Nos testes com álcool 70%, houve aumento da resistência, atingindo de 500 kΩ a 1 MΩ, na mesma faixa de frequência. Nas duas situações foi possível caracterizar a variação da impedância na plataforma indicando a viabilidade de diagnósticos por meio de medições elétricas. Conclusão: Os resultados correspondentes à caracterização fisicoquímica das amostras sustentam a prova de conceito estabelecida a respeito da utilização da plataforma PLA-G/F para a produção de biossensores eletroquímicos, reforçando o potencial de utilização como plataforma para a obtenção sensores eletroquímicos para diagnósticos das ISTs no POC.