Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)

A COBERTURA VACINAL DOS IMUNIZANTES CONTRA O SARAMPO ENTRE AS CAPITAIS BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 2017-2021

  • Mariana Souza Santos Oliveira,
  • Gilmar Santos Oliveira Junior,
  • Lindracy Luara Bollis Caliari,
  • Caroline Castro Vieira,
  • Flávia de Souza Santos,
  • Wemerson Oliveira Freitas,
  • Geser Mascarenhas de Barros,
  • Keila da Silva Goes di Santo,
  • Áurea Angelica Paste

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102506

Abstract

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Introdução: Apenas três anos após a certificação de erradicação do sarampo, o Brasil passou, em 2018, a registrar novos casos da doença. A principal forma de prevenção desse agravo é a vacinação, e o Programa Nacional de Imunizações (PNI) preconiza o início aos 12 meses com a primeira dose da vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) e uma segunda dose aos 15 meses. Contudo, têm-se observado uma consubstancial queda na cobertura nacional, não sendo capaz de atingir a cobertura vacinal de 95% das crianças de até 1 ano de idade. Objetivo: Analisar e comparar a cobertura vacinal das duas doses da Tríplice Viral entre as capitais do Brasil entre os anos de 2017 e 2021. Método: Trata-se de um estudo ecológico com dados extraídos do TABNET/DATASUS, coletados em abril/2022, referente cobertura vacinal, da primeira (D1) e segunda (D2) doses da Tríplice Viral, nas capitais brasileiras, no período de 2017 a 2021. Os dados foram tabulados no Excel 2019, onde foi realizado o cálculo de percentual de variação da cobertura vacinal no período estudado. Resultados: Durante o período de 2017-2019 identificou-se que a cobertura vacinal com as duas doses da Tríplice Viral esteve abaixo de 60% em 5 capitais: Belém (57,62%), São Luís (55,84%) Teresina (48,71%), Natal (33,27%), Florianópolis (44,22%). Nos anos de 2020 e 2021 essa frequência aumentou consideravelmente, passando a 9 capitais em 2020, destacando-se São Luís (33,2%) e em 2021, 15 capitais estiveram abaixo de 60% de cobertura, onde destaca-se Salvador (23,13%). Até 2019 houve incremento na frequência de capitais que apresentavam cobertura vacinal acima de 95%, 8 capitais no período, mas desde 2020 apenas Belo Horizonte (96,03%) conseguiu tal feito. Salvador destaca-se com os menores índices de todo o período analisado no ano de 2020, com cobertura de D1 em 25,89% e D2 em 20,5%. Conclusão: O presente estudo identificou que a cobertura vacinal das duas doses da Tríplice Viral seguiu uma tendência de crescimento em todas as regiões entre os anos de 2017 e 2019. No entanto, essa propensão foi interrompida por uma acentuada queda dos números em 2020, período que coincide com início da pandemia de COVID-19, com destaque para as capitais da região centro-oeste e a capital baiana. Infere-se que as complexidades que envolveram a pandemia interferiram na adesão às campanhas de vacinação no Brasil. Contudo seu incentivo é fundamental para que se evitem surtos de agravos previsíveis.