Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília (Oct 2017)

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: UMA GUERRA DOS SEXOS NA ARENA DA LUTA DE CLASSES

  • Plínio A. B. GENTIL,
  • Luila Ferreira ECCHELI

DOI
https://doi.org/10.33027/2447-780X.2017.v3.n1.04.p35
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 1

Abstract

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Este trabalho fala da violência do homem contra a mulher. Mas principalmente trata da causa remota dessa violência. Considera que essa causa é histórica e encontra explicação naquilo em que se transformou o papel da mulher numa sociedade de classes. De pessoa socialmente situada no mesmo patamar dos homens, ela transita – na medida em que as forças produtivas impõem novas relações de produção – para um lugar subalterno, porque não é agente produtora de riqueza material. A subalternidade é ideológica, isto é, construída por um pensamento que apenas valoriza aquilo que pode se tornar propriedade; a ideologia é uma invenção, que dissimula a desigualdade entre as classes, mas isto não faz aquela subalternidade menos intensa nem menos dolorosa. A sociedade de classes impõe o casamento monogâmico, a benefício do homem proprietário, e este amor sexuado individual, associado a tal tipo de relação, justifica, para eles, a resposta violenta a qualquer suposta transgressão à regra. Assim é que, ao relegar à porção feminina da humanidade um papel social e ideologicamente subalterno, a sociedade de classes condenou a mulher à posição de vítima da violência masculina. Numa palavra, a sociedade de classes (edificadora da luta de classes) é o pano de fundo e a arena natural da guerra dos sexos. Submissão: 2017-05-14 Aceite: 2017-08-21

Keywords