Enfoque (Jan 2022)
Análise da aquisição corporativa na remuneração de executivos: um estudo entre empresas brasileiras familiares e não familiares
Abstract
Os estudos sobre remuneração corporativa despertaram o interesse da academia e do meio empresarial nos últimos anos, principalmente após os órgãos normatizadores e reguladores terem estabelecidos regras mais rígidas de transparência das formas de remuneração de executivos. Nesse sentido, este estudo objetiva analisar se existe diferença na remuneração total de executivos entre empresas familiares e não familiares que efetuaram aquisições corporativas no período 2009-2016. Os dados de remuneração de executivos foram coletados no site da B3. Já a identificação das aquisições corporativas e a obtenção das demais informações ocorreram por meio da base de dados da Thomson Reuters Eikon. As empresas foram classificadas como familiares ou não familiares a partir da abordagem de componente de envolvimento da família no controle, na propriedade e na gestão da empresa e da abordagem de identidade organizacional, autodeclarada no histórico da empresa. No total, 96 empresas, 39 familiares e 57 não familiares, participaram de 281 aquisições como adquirentes, as quais foram analisadas mediante regressão múltipla com dados em painel não balanceado. Os resultados apontaram que o aumento na remuneração total de executivos das empresas não familiares é superior em relação as empresas familiares no período pós-aquisição. Assim, como contribuição prática, os achados podem levar os acionistas das empresas a refletirem sobre o uso da estratégia de aquisições corporativas, uma vez que os executivos das empresas adquirentes não familiares recebem, em média, maiores remunerações. A contribuição teórica está na análise segregada das empresas, se familiar ou não familiar, que permite uma visão diferente dos resultados e peculiar da Teoria da Agência.