Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

Adesão ao tratamento farmacológico em um hospital universitário

  • Rony Jeijo Amaro de Lima,
  • Marilma Galvão dos Santos Gomes,
  • Elayne Flávia Pereira Castro,
  • Tiago César Monteiro Ferreira,
  • Rebeca Manuelle Alexandre da Costa Silva,
  • Cynthia Hatsue Kitayama Cabral,
  • Luziana de Azevedo Firmino,
  • Luana Cristina Lins de Medeiros Oliveira

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.15
Journal volume & issue
Vol. 4, no. s.1

Abstract

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Introdução: O sucesso da terapia proposta, a cura de uma enfermidade, o controle de uma doença crônica e a prevenção de uma doença dependem da adesão à terapêutica prescrita pelo médico. O conceito de adesão é compreendido como a utilização dos medicamentos prescritos ou outros procedimentos em pelo menos 80% de seu total, observando horários, doses, tempo de tratamento1. A não-adesão à farmacoterapia é considerada um dos maiores problemas de saúde pública. Estima-se que 50% dos pacientes portadores de doenças crônicas em países desenvolvidos sejam não-aderentes a terapias medicamentosas, sendo esta taxa superior nos países em desenvolvimento. 2. Metodologia: Este é um estudo transversal descritivo realizado em um hospital universitário geral. Os dados deste trabalho foram coletados nos meses de maio e junho de 2019 totalizando 185 pacientes com idade entre 16 e 77 anos, todos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Estes foram listados numa planilha de Excell anteriormente à aplicação da escala de adesão que se deu através de entrevista e análise de prontuário. Foram excluídos os pacientes cujos históricos de medicação não foram coletados nas primeiras 96 horas, aqueles que receberam alta antes da coleta do histórico de medicação, aqueles em que era impossível coletar as informações necessárias para o estudo (incapacidade cognitiva ou em ventilação mecânica, sem cuidador disponível para a coleta) e aqueles que não usavam nenhum medicamento anteriormente a admissão. A adesão dos usuários foi avaliada pelo teste de Morinsky-Green adaptado que é composto por 4 (quatro) perguntas e mensura adesão por meio das atitudes do paciente quanto a utilização dos medicamentos. O grau de adesão terapêutica foi determinado de acordo com a pontuação resultante da soma de todas as respostas: alta adesão (4 pontos), média adesão (2 a 3 pontos) e baixa adesão (0 a 1 pontos) 3. Resultados: No estudo realizado dos 43 pacientes que responderam ao questionário proposto da Escala de Morinsky-Green adaptado 23 obtiveram alta adesão, 14 média adesão e 6 baixa adesão. A maioria dos pacientes (86%) disse ter sido informada sobre a importância e benefício de usar o medicamento e 56% relatou não esquecer de repor os medicamentos antes deles terminarem. De acordo com a Escala proposta, isso demonstra que os pacientes possuem conhecimento e motivação em relação ao tratamento. Discussão: Ao aplicar a escala, obteve-se uma proporção de adesão em 86% dos pacientes, prevalência semelhante a outros autores que seria em torno de 80% 4. Inúmeros são os fatores que podem interferir na adesão ao tratamento, dentre eles os culturais, a origem da população estudada, a relação com a equipe de saúde e com a família e que em cada 10 portadores de doenças crônicas, cerca de 3 apresentam alguma característica de descontinuidade da terapia medicamentosa, podendo decorrer de orientação inadequada 5,6,7. Conclusões: Conclui-se que os pacientes desse estudo possuíam boa adesão ao tratamento.