Acta Médica Portuguesa (Apr 2014)
As Vacinas Salvam Vidas? Sim, Salvam!
Abstract
Desde a sua introdução e aplicação universal, as vacinas têm sido utilizadas com sucesso reduzindo a morbilidade e mortalidade das doenças às quais se destinam, ao nível individual e através da imunidade de rebanho (imunidade colectiva). O impacto sobre a mortalidade foi rápido e de fácil avaliação no que se refere a algumas doenças, tal como a difteria, tosse convulsa e sarampo. Noutras doenças, incluindo a hepatite B e as infecções por papilomavírus humano (HPV), as mortes evitadas ocorrem muitos anos após a vacinação, tardando alguns anos até que todo o potencial da vacina possa ser estabelecido. Finalmente, em países de médios e elevados recursos, o impacto da vacina em algumas doenças, tal como na doença pneumocócica e na gastroenterite a rotavírus, é medido pela redução da incidência da doença e dos internamentos a ela associados, mais do que pelo impacto sobre a mortalidade. Contudo, nos países com uma elevada incidência destas doenças, a mortalidade permanece elevada devido à escassa disponibilidade destas vacinas e milhões de mortes poderiam ser evitadas através de uma utilização eficiente das vacinas nestas regiões. Os principais desafios dos programas de vacinação consistem em manter e fortalecer a confiança nos benefícios da vacinação e em adaptar os calendários de imunização ao contexto epidemiológico em constante evolução.