Cadernos de Linguística (Dec 2023)
Análise fonológica comparativa da Língua Terena de Sinais e da Língua Brasileira de Sinais
Abstract
As primeiras pesquisas com Línguas de Sinais Indígenas (LSI) surgiram a partir dos estudos sobre a LSI Urubu-Ka’apor. Desde então, pesquisas sobre diferentes línguas têm sido realizadas e mostrado a realidade dos indígenas surdos que vivem nessas comunidades. Dessa feita, o presente estudo objetiva investigar as semelhanças e diferenças fonológicas dos sinais de duas Línguas: Língua Terena de Sinais (LTS) e Língua Brasileira de Sinais (Libras). As línguas de sinais são constituídas por unidades mínimas denominadas de parâmetros fonológicos, na Libras, há cinco parâmetros: configuração de mão, movimento, locação, orientação e expressão não manual (QUADROS E KARNOPP, 2004). Por sua vez, os estudos preliminares da LTS demonstram que os parâmetros da Libras também estão presentes na LTS (SOARES, 2018). Para constituição do corpus, selecionamos os sinais para comparação a partir do trabalho de Soares (2018) sobre a LTS e contrastamos com os sinais da Libras a partir de um dicionário on-line. Como resultados, apontamos que o parâmetro fonológico que teve maior divergência nos sinais foi a configuração de mão, sendo esse, um o principal responsável em revelar a iconicidade do sinal e assim, a LTS e a Libras revelam formas diferentes de significar culturalmente determinados conceitos. Portanto, concluímos que a LTS e a Libras são línguas que apresentam poucas diferenças fonológicas, estando presentes os mesmos parâmetros em ambas as línguas e que, as disparidades presentes nessas línguas podem se dá em decorrência do fator tempo de existência, que faz com que a LTS apresente sinais mais expansivos em comparação a Libras, que é característica de línguas de sinais jovens.
Keywords