Revista Brasileira de Zootecnia (Dec 2006)

Metabolismo de cálcio em ovinos em crescimento sob suplementação com diferentes fontes de cálcio: aplicação e comparação de dois modelos matemáticos Calcium metabolism in growing sheep supplemented with different calcium sources: application and comparison of two mathematical models

  • Dorinha Miriam Silber Schmidt Vitti,
  • Ana Paula Roque,
  • Raquel Souza Dias,
  • João Batista Lopes,
  • Ives Cláudio da Silva Bueno,
  • Mauro Sartori Bueno,
  • Eduardo Fernando Nozella

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-35982006000800039
Journal volume & issue
Vol. 35, no. 6
pp. 2487 – 2495

Abstract

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Este trabalho foi realizado com o objetivo de estudar, por meio de dois modelos matemáticos, o metabolismo do cálcio (Ca) em ovinos recebendo dietas suplementadas com diferentes fontes de Ca. Foram utilizados 20 cordeiros mestiços Santa Inês (6 a 8 meses de idade) alimentados com uma dieta basal composta de milho, farelo de soja, bagaço de cana hidrolisado, uréia, fosfato monoamônio (MAP) e mistura mineral suplementada com cinco fontes de cálcio: polpa cítrica (PC), feno de alfafa (FA), calcário calcítico (CC), farinha de conchas de ostras (FC) e fosfato bicálcico (FB). Os animais receberam, via jugular, solução contendo 7,7 MBq de 45Ca. Durante sete dias, realizaram-se coletas de fezes, sangue e urina. Após o período de coleta, os animais foram sacrificados para retirada de amostras de tecidos (fígado, rins, coração, músculo e 12ª costela) para análises. O metabolismo de Ca foi avaliado pelos modelos de Vitti et al. (2000) e Fernandez (1995). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado e as médias foram comparadas pelo teste Duncan. Não houve diferença significativa para o consumo de Ca entre os tratamentos. A excreção fecal foi menor para o CC. O balanço de Ca foi negativo para FA e PC. A absorção de Ca pode ter sido prejudicada pela presença de pectina e oxalato na polpa cítrica e no feno de alfafa, respectivamente. Os fluxos entre o compartimento central e o trato digestivo indicaram maior absorção de Ca para o CC. As fontes CC, FB e FC apresentaram maior disponibilidade cálcio, com valores respectivos de 65,38; 34,12 e 32,43%. A comparação entre os modelos comprovou diferenças nos fluxos entre o sangue e os tecidos e ossos, todavia, o balanço entre esses compartimentos foi similar. As diferenças entre os modelos possivelmente foram ocasionadas pela sua estrutura.This research was conducted to compare the accuracy of two mathematical models to predict calcium (Ca) metabolism in sheep supplemented with different Ca sources. Twenty Brazilian male sheep averaging 7 to 8 months of age were fed a basal diet containing corn, soybean meal, hydrolyzed sugarcane bagasse, urea, mono-ammonium phosphate, mineral mixture and one of the following Ca sources: limestone (LM), alfalfa hay (AH), dicalcium phosphate (DP), oyster shell meal (SM), and citrus pulp (CP). On day 22 each animal received an intravenous injection of 7.7 MBq of radio-calcium (45Ca) followed by collection of blood, feces, and urine every 24 h for 7 days. Total Ca and radioactivity were measured in all samples. At the end of the collection period, animals were slaughtered and samples of liver, heart, kidney, muscles and 12th rib were taken for analysis. Calcium metabolism was evaluated by the models proposed by Vitti et al. (2000) and Fernandez (1995). A completely randomized design was used and means were compared by the Duncan test. No significant differences were observed for Ca intake among treatments. However, total fecal excretion of Ca differed and was lowest in animals fed LM. Calcium balance was negative in sheep receiving AH and CP because Ca absorption might have been compromised by the high contents of pectin and oxalate in these two supplements, respectively. Flows of Ca between the central pool and the digestive tract showed the greatest absorption of Ca on animals fed LM. Diets supplemented with LM, DP, and SM had highest Ca availability with values of 65.38, 34.12 and 32.43%, respectively. The models differed in the predictions of Ca flows among blood, bone and soft tissues but showed similar values for Ca balance in the different compartments. These discrepant results may be explained by structural difference between models.

Keywords