Diversitas Journal (Apr 2022)
Uns Quero ler e escrever no curta “Vidas Maria”: rogo infantil manifesto no enunciado “Fica aí, fazendo nada, desenhando nome!”
Abstract
Neste artigo, apresentamos uma proposta de leitura assente no conceito dialógico de entonação valorativa, enquanto tom das práticas sociais discursivas, a partir da análise e da compreensão do enunciado “Fica aí, fazendo nada, desenhando nome”, no filme “Vida Maria”, a partir da manifestação da entonação valorativa. O planeamento deste estudo visa o cumprimento do propósito de analisar o discurso verbalmente expresso, somado aos gestos, aos movimentos, às expressões fisionômicas, às posturas corporais, aos desenhos, às paisagens etc., objetivando compreender os rogos infantis implícitos e explícitos, que exteriorizam o desejo de inclusão em processos de escolarização. Para a discussão teórico-conceitual, consideramos que a linguagem, a língua e os sentidos emergem das experiências vivenciadas pelos indivíduos nas múltiplas relações sócio-valorativas estabelecidas no meio em que vivem, justamente, por estarem ancorados no coletivo social. Para tanto, pautamo-nos nos estudos de Bakhtin (2003[1979]; Volóchinov (2019[1926]; Medviédev (2016[1928]); Abramowicz (2016). No plano metodológico, analisamos o discurso proferido no curta: “Fica aí, fazendo nada, desenhando nome”, a partir das características teóricas do conceito definido pelo Círculo e por Bezerra (2020). Os resultados preliminares apontam que a entonação, ao ser considerada e trabalhada no processo de compreensão de gêneros, verbo-visuais, audiovisuais, entre outros, suscita práticas sociais compartilhadas, desse modo, coopera com a assimilação, a reavaliação e a atualização da palavra em uso, a contribuir na construção de sentidos e, consequentemente, na interpretação dos gêneros discursivos.
Keywords