Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-346 - ESTUDO ECOLÓGICO: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE ZIKA VÍRUS NA REGIÃO NORTE DO BRASIL NO PERÍODO DE 2016 A 2023

  • Luiz Carlos Santos Borges,
  • Pedro Henrique Silveira de Souza,
  • Fernando Ériton Aguiar Moita,
  • Emanuel Gustavo Sabino de Freitas,
  • Higor Braga Cartaxo

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104250

Abstract

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Introdução: O Zika Vírus (ZIKV) surgiu como uma preocupação global de saúde pública nas últimas décadas, despertando a atenção devido à sua associação com complicações neurológicas graves, especialmente em gestantes e recém-nascidos. Originário de áreas tropicais da África e da Ásia, o vírus expandiu sua distribuição geográfica rapidamente, alcançando o continente americano no final da primeira década dos anos 2000. Objetivo: Analisar a distribuição temporal e geográfica dos casos reportados ao Sistema Único de Saúde (SUS) na região norte do Brasil ao longo do período de 2016 a 2023. Método: Este estudo utiliza uma abordagem ecológica longitudinal observacional para analisar dados do SINAN, obtidos por meio da ferramenta TABNET do DATASUS. Os dados, provenientes dos registros do SIH/SUS, abrangem o período de 2016 a 2023 na região norte do Brasil, com ênfase em variáveis como faixa etária, raça, sexo e unidade federal de notificação. A análise dos dados foi realizada utilizando recursos do Pacote Microsoft 365, incluindo Excel e Word, para organização e apresentação em tabelas. Resultados: Entre 2016 e 2023, na região norte do Brasil, foram registrados 56.840 casos de Zika Vírus, com uma incidência notável entre os 20 e 39 anos. A distribuição por faixa etária revelou 2.094 casos em menores de um ano, 2.725 entre 1 e 4 anos, 3.340 entre 5 e 9 anos, 3.799 entre 10 e 14 anos, 5.376 entre 15 e 19 anos, 24.829 entre 20 e 39 anos, 11.492 entre 40 e 59 anos, e 1.862 em indivíduos com 60 anos ou mais. A maioria dos casos ocorreu em indivíduos pardos (39.449 casos, 69,4%) e houve uma prevalência maior entre o sexo feminino, com 36.673 casos (64,5%). Em termos anuais, 2016 teve o maior número de casos (23.786 registros), enquanto 2020 teve o menor pico (1.893 casos), possivelmente devido à redução nas notificações causadas pela pandemia de COVID-19. Tocantins apresentou a maior prevalência, com 22.677 casos, seguidos por Pará (11.324), Amazonas (8.661), Roraima (5.146), Acre (4.894), Rondônia (2.361) e Amapá (1.777). Conclusão: Durante o período analisado, registrou-se uma média anual de 7105 notificações na região norte, evidenciando um padrão de crescimento e declínio variável. A maioria dessas ocorrências está associada à residência no estado de Tocantins, à faixa etária entre 20 e 39 anos, à raça parda e ao sexo feminino, delineando assim um perfil das pessoas suscetíveis ao vírus Zika nessa localidade.