Revista Brasileira de Epidemiologia (May 2021)

Doenças crônicas não transmissíveis e mudanças nos estilos de vida durante a pandemia de COVID-19 no Brasil

  • Deborah Carvalho Malta,
  • Crizian Saar Gomes,
  • Marilisa Berti de Azevedo Barros,
  • Margareth Guimarães Lima,
  • Wanessa da Silva de Almeida,
  • Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de Sá,
  • Elton Junio Sady Prates,
  • Ísis Eloah Machado,
  • Danilo Rodrigues Pereira da Silva,
  • André de Oliveira Werneck,
  • Giseli Nogueira Damacena,
  • Paulo Roberto Borges de Souza Júnior,
  • Luiz Otávio de Azevedo,
  • Dalia Elena Romero Montilla,
  • Célia Landmann Szwarcwald

DOI
https://doi.org/10.1590/1980-549720210009
Journal volume & issue
Vol. 24

Abstract

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RESUMO: Objetivo: Comparar as mudanças de estilos de vida durante a pandemia COVID-19, segundo a presença ou não de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em adultos brasileiros. Métodos: Estudo transversal, com dados da pesquisa ConVid - Pesquisa de Comportamentos, realizada entre abril e maio de 2020. Avaliaram-se as variáveis estilo de vida e presença de uma ou mais DCNT (diabetes, hipertensão, doença respiratória, doença do coração e câncer). As características sociodemográficas foram usadas como ajuste. Calcularam-se as frequências relativas e os intervalos de confiança (IC) de 95% das variáveis antes da e durante a pandemia. Para a comparação de grupos, sem ou com DCNT, estimaram-se as prevalências e razões de prevalência bruta e ajustada (RPa) utilizando a regressão de Poisson. Resultados: Houve redução da prática de atividade física (60% nos sem DCNT e 58% nos com DCNT) e do consumo de hortaliças (10,8% nos sem DCNT e 12,7% nos com DCNT). Verificou-se aumento no tempo de uso de televisão e computador/tablet (302 e 43,5% nos sem DCNT e 196,5 e 30,6% nos com DCNT, respectivamente); consumo de congelados (43,6% nos sem DCNT e 53,7% com DCNT), salgadinhos (42,3% sem DCNT e 31,2% com DCNT) e chocolate (14,8% sem DCNT). Durante a pandemia, portadores de DCNT apresentaram menor prática de atividade física suficiente (RPa = 0,77; IC95% 0,65 - 0,92), maior hábito de assistir à televisão (RPa = 1,16; IC95% 1,08 - 1,26) e menor consumo de hortaliças (RPa = 0,88; IC95% 0,81 - 0,96). Conclusão: Evidenciou-se que adultos com DCNT tiveram seus estilos de vida mais alterados durante a pandemia de COVID-19.

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