Revista Criação & Crítica (Jun 2014)

Sobre a autoria na prosa de Samuel Beckett

  • Willian André

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i12p5-19
Journal volume & issue
no. 12

Abstract

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Este estudo tem por objetivo propor uma breve reflexão sobre a noção de autoria na obra de Samuel Beckett, principalmente em sua prosa curta das décadas de 1960 e 1970. Para tanto, apoiados pelas considerações de Maurice Blanchot, S. E. Gontarski, João Adofo Hansen e Hugh Kenner, traçamos um percurso que parte da trilogia romanesca beckettiana do pós-guerra, passando pelas produções subsequentes que culminam na prosa curta ensaiada pelo autor após a publicação de Como é (1961). Conforme nos embrenhamos na trilha percorrida pelo escritor irlandês em sua lida com o fracasso (trilha repleta de lama e oscilações entre claro-cinza-escuro), acomete-nos uma impressão paradoxal: quanto mais severas as investidas de Beckett contra os contornos do eu, atestando a diluição da identidade, mais precisos se tornam os contornos da ideia de “autor” que encima o projeto de toda a sua literatura.

Keywords