Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PERFIL DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS IMEDIATAS DE UM HOSPITAL PÚBLICO DE ENSINO

  • SFS Viana,
  • GS Reis,
  • IDNT Silveira,
  • FRD Reis,
  • MA Mota

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S792

Abstract

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Introdução: A transfusão de sanguínea é uma terapia universalmente aceita e comprovadamente eficaz. Entretanto, mesmo quanto bem indicada, a transfusão pode levar a reações adversas. A reação transfusional (RT) é definida como uma resposta indesejável observada em um paciente, associada temporalmente com a administração de hemocomponentes. Com relação ao tempo de aparecimento, as RT podem ser classificadas como imediata ou tardia, sendo as imediatas de ocorrência durante ou até 24 horas após o início da transfusão. Objetivo: Caracterizar o perfil das reações transfusionais imediatas notificadas em um hospital público de ensino, no período de janeiro de 2021 a julho de 2024. Material e métodos: Estudo observacional, retrospectivo e descritivo, em um hospital público de ensino, a partir da análise estatística de informações coletadas em ficha de notificação de eventos adversos transfusionais e sistema informatizado de notificação. Os dados foram planilhados em programa Microsoft Excel 2016 para análise dos dados coletados.As variáveis analisadas foram: tipo de reação, gravidade, tipo do hemocomponente e gênero do receptor. Resultados: No período avaliado foram realizadas 6.611 transfusões e identificadas 34 notificações de reações transfusionais (0,51%), destas, 22 (65%) foram classificadas como reação febril não-hemolítica (RFNH), 8 (23%) reação alérgica, 3 (9%) reação hipotensiva associada à transfusão e 1 (3%) reação hemolítica aguda. Com relação a gravidade, apenas a reação hemolítica aguda foi considerada moderada/grave, as demais foram classificadas como leves. Quanto ao hemocomponente envolvido, 24 (70%) reações foram com concentrado de hemácias e 10 (30%) com concentrado de plaquetas. O gênero mais prevalente foi o feminino no total de 20 (58%). Discussão: A reação transfusional imediata mais prevalente durante o período analisado foi a reação febril não hemolítica, corroborando com demais estudos que sugerem que a RFNH é a mais comum no Brasil, visto que a prática da leucorredução não é considerada como rotina, ao contrário dos países desenvolvidos. O concentrado de hemácias foi o hemocomponente mais associado às reações, em decorrência da sua ampla utilização comparada aos demais. O estudo também evidenciou que as reações têm pequena predominância no gênero feminino, corroborando com dados da ANVISA. Conclusão: O conhecimento sobre o perfil das reações transfusionais subsidiam a elaboração de protocolos institucionais com o intuito de capacitar os profissionais envolvidos com a terapia transfusional. O domínio do aprendizado permite a identificação precoce de um evento adverso e a rápida tomada de decisão com vistas a minimizar potenciais danos aos pacientes.