Alfa: Revista de Lingüística (Jul 2009)
Subjetividade e construções de futuro no português brasileiro
Abstract
<p>Este trabalho enfoca construções de futuro no português brasileiro, com base no modelo de gramática de construções proposto por Goldberg (1995, 2006) e na teoria dos espaços mentais (FAUCONNIER, 1994, 1997). Partindo da noção de subjetividade como projeção ascendente de informação na confi guração de espaços mentais (FERRARI; SWEETSER, 2008), argumentamos que as construções perifrásticas de futuro são mais subjetivas do que as construções de futuro morfológico. Em seguida, estabelecemos que a forma mais gramaticalizada do futuro perifrástico [ir + infinitivo] faz parte de uma rede construcional [(SN) <em>AUXILIAR INFINITIVO (X)</em>], da qual também fazem parte outras construções perifrásticas que permitem inferências de futuro, tais como [poder/dever + infinitivo]. Por fim, demonstramos que as construções perifrásticas diferem quanto ao tipo de informação que adicionam aos espaços epistêmicos e de ato de fala, que se caracterizam como espaços implícitos que configuram a base complexa (BSCN) ou <em>Ground</em>.</p>