Sinais de Cena (Jan 2016)
Locations of Memory: Bridging the Gap between Private and Public Memory in Location Performance and Theater Mitu's Hamlet / Ur-Hamlet
Abstract
Entender a memória como aquilo de que somos feitos ou como aquilo que efectivamente somos faz associar o conceito de memória aos de história, subjectividade e lugar. Tal como a subjectividade, memória "significa diferentes coisas e é entendida de diferentes maneiras em diferentes lugares" (Radstone / Hodgkin, 2003: 2). Na sua antologia Regimes of Memory, Radstone e Hodgkin notam que os estudos contemporâneos de memória centram-se mais na memória histórica, social, cultural e popular do que na memória individual. Esta situação contrasta com os anteriores estudos de memória, onde a memória é entendida como "o refúgio do indivíduo e onde a relação entre a memória individual e a pública apareciam sobrecarregadas" (ibidem). Radstone e Hodgkin acrescentam: "as dificuldades da memória estão, pois, associadas à questão de como a separação entre o “privado” interior e o “público” exterior da memória podem ser ultrapassados" (ibidem). Esta separação está relacionada com o modo como se conceptualiza o indivíduo social. Se for entendida como um relevante arquivo de história, a memória individual contará como algo mais do que um fenómeno pessoal. Esta perspectiva tem sido importante para o Teatro do Real pelo uso e pelo questionamento que faz do testemunho. Artistas de teatro e da arte da instalação têm continuado a tomar em conta que aquilo que a memória e a história produzem, nas palavras de Radstone e Hodgkin, é "também contingente aos (contestáveis) sistemas de conhecimento e poder que as produziram" (ibidem: 11). Os três trabalhos aqui discutidos – The Circuit, The Heidelberg Project, e Hamlet/ /Ur-Hamlet – estão entre os muitos trabalhos que abordam e criticam as epistemologias da memória ao misturarem livremente as suas fontes de formas maneiras provocadoras.