Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental ()
Autismo e defesa primária: questões sobre o sujeito e a transferência
Abstract
Este artigo pretende discutir a clínica do autismo a partir de aspectos referentes à transferência e ao surgimento do sujeito. O autismo, momento da constituição anterior à formação da <(imagem corporal" e do "eu ", é um momento onde não podemos ver um sujeito constituído. A falta de olhar, de linguagem, o isolamento ativo, a recusa ao outro, nos fazem ver uma criança para quem as instâncias da consciência e do inconsciente não estão ainda instituídas. Na transferência pode ocorrer um desinvestimento por parte do analista, o que fará obstáculo à continuação do tratamento. Ε preciso que o analista possa permitir a continuidade do circuito pulsional, supondo sempre um sujeito, mesmo onde ele parece não querer existir ou se fazer mostrar. Disto, resulta a possibilidade de todo tratamento do autismo.