Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Mar 2025)
PE-052 Uso do monitoramento domiciliar da pressão arterial para otimização do tratamento da hipertensão em idosos na atenção primária em um município do sudoeste baiano – ensaio clínico randomizado
Abstract
Introdução: As decisões clínicas sobre o tratamento da hipertensão arterial e sua efetividade dependem dos valores pressóricos e condições clínicas do paciente. As medidas da Pressão Arterial (PA) realizadas em consultório são menos confiáveis que as medidas realizadas no seu domicílio, quando aplicado um protocolo de Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA). Objetivo: Avaliar a eficácia do manejo da terapia medicamentosa por farmacêuticos e uso da MRPA para otimizar o tratamento anti-hipertensivo em pessoas idosas atendidas na atenção primária. Material e Método: Ensaio clínico randomizado aberto de grupos paralelos. Foram incluídos idosos hipertensos, atendidos em uma farmácia pública de um município de médio porte do interior da Bahia. No grupo controle, o participante recebeu um medidor digital de PA e foi orientado como realizar a MRPA. O médico de família recebeu um relatório com os valores da PA para decidir sobre alterações no tratamento. No grupo intervenção, o participante também realizou a MRPA e o farmacêutico aplicou um protocolo de gestão da terapia medicamentosa. Além disso, o médico de família recebeu sugestões para otimização da terapia anti-hipertensiva, encaminhadas pelo farmacêutico, junto com relatório com os valores da PA. Foram considerados os seguintes desfechos: % de participantes com desprescrição de medicamentos anti-hipertensivos, % de participantes outros ajustes de tratamento e a diferença na PA média entre os grupos, 45 dias após as intervenções. Resultados: 161 participantes em cada grupo completaram o estudo. Houve desprescrição de anti-hipertensivos em 31 (19,3%) dos participantes do grupo intervenção versus 11 (6,8%) do grupo controle (p=0,01). 14 (8,7%) dos participantes tiveram a inclusão de anti-hipertensivos no grupo intervenção versus 11 (6,8%) no grupo controle (p=0,52). A média da MRPA Sistólica foi menor em 3 mmHg no grupo intervenção. Discussão e Conclusões: Uma combinação do uso da MRPA acompanhado de um protocolo de manejo da terapia medicamentosa realizado por profissionais farmacêuticos foi eficaz na otimização da terapia anti-hipertensiva em idosos atendidos na atenção primária à saúde. Apesar dos resultados promissores, considerando as incertezas na extrapolação dos resultados, estudos mais robustos e com maior duração período de acompanhamento é necessário para confirmar nossos achados.
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