Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Jul 2009)

1968, o ano que ainda faz pensar: intelectuais indagam sobre a irrupção dos jovens na sociedade industrial 1968, the year that still makes you think: intellectuals ask questions about the youth's outburst in the industrial society

  • Maria Lucia de Amorim Soares,
  • Leandro Petarnella

DOI
https://doi.org/10.1590/S1414-40772009000200006
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 2
pp. 337 – 350

Abstract

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Tendo como referência os embates de intelectuais franceses efetivados durante duas mesas redondas realizadas em Paris, no fervor dos meses de maio/junho de 1968, a partir da pergunta: Por que os estudantes? o presente artigo busca participar da comemoração do quadragésimo aniversário da irrupção dos jovens na sociedade industrial francesa, com seu questionamento sobre a universidade enquanto forma de reprodução de um sistema opressivo e discriminatório; através da análise dos acontecimentos estudantis, busca realçar o verdadeiro cerne da questão: as conseqüências da sociedade industrial tecnocrata que cada vez mais se desenvolve dominada pelo espírito mercantil. Ao trazer à tona e debater documentos da época e depoimentos dos protagonistas identifica a força do impacto de um Movimento que se colocava na perspectiva radical com o modelo de vida, de trabalho, de produção cultural, criando sua própria maneira de decodificar, negar e renovar as relações ossificadas na escola, na família, na cultura, na ação política e econômica.Having as reference the conflicting arguments of French intellectuals during two round tables in Paris, in the heat of the may/june of 1968 disturbances, while discussing the question: "Why the students?", the present article wishes to participate in the celebration of the fortieth anniversary of the eruption of the youth in the French industrial society and their perception of the university as a means of reproduction of an oppressive and discriminatory system. Through the analysis of these events, the paper tries to bring to light the essence of the question: the consequences of the technocratic industrial society that has increasingly been ruled by a mercantile spirit. By bringing forth and debating documents from the period and testimonies of the protagonists, it identifies the impact of a Movement that was based on a radical perspective according to a model of life, work, and cultural production, creating its own way of decoding, denying and renewing the petrified relationships inside the university, the family, in culture and in political and economical action.

Keywords