Anais da Academia Brasileira de Ciências (Mar 2013)
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Abstract
The main goal of this study was to reconstruct the Late Pleistocene-Holocene floristic composition in an area of the northern Brazilian Amazonia, comparing the results with other Amazonian localities in order to discuss the factors that have influenced phytophysiognomic changes over this time period. The work in eastern Marajó Island at the mouth of the Amazonas River was approached based on analysis of 98 pollen and diatom samples from core data distributed along a proximal to distal transect of a paleoestuarine system. The results indicated high concentration of Rhizophora, associated with arboreal pollen grains typical of the modern Amazonian rainforest during the last 40,000 cal yrs BP. Pollen composition also included wetland herbs. Diatoms were dominated by marine and fresh water taxa. Wetland forest, mangrove and, subordinately herbs remained constant during most of the latest Pleistocene-early/middle Holocene. At 5,000 cal yrs BP, there was a distinguished change from forest and mangrove to wet grassland savanna due to sea level fluctuation. As marine influence decreased, the estuary gave rise to fresh water lacustrine and swamp environments, with establishment of herbaceous campos. A main conclusion from this study is that solely the occurrence of herbaceous savanna can not be used as a definitive indicator of past dry climates in Amazonian areas.O objetivo deste estudo foi de reconstruir a composição florística do Pleistoceno Tardio-Holoceno em uma área da Amazônia Oriental, comparando os resultados com outras localidades amazônicas, a fim de discutir os fatores que influenciaram as mudanças fitofisionômicas. O trabalho no leste da Ilha do Marajó, na desembocadura do rio Amazonas, baseou-se na análise de 98 amostras de pólen e diatomácea derivadas de dados de testemunhos de sondagem distribuídos ao longo de um transecto proximal-distal de um sistema paleoestuarino. Os resultados indicaram alta concentração de Rhizophora, associada a grãos de pólen típicos da floresta Amazônica moderna durante os últimos 40.000 yrs BP. A composição palinológica também incluiu ervas de áreas alagadas. Diatomáceas são dominadas por táxons marinhos e de água doce. Floresta inundada, mangue e, subordinadamente erva, permaneceram constantes durante grande parte do Pleistoceno Tardio-Holoceno inferior/médio. A 5.000 cal BP, houve mudança marcada de floresta e mangue para savana de gramíneas de áreas alagadas devido a flutuações do nível do mar. Com diminuição da influência marinha, o estuário foi substituído por ambientes de lago de água doce e pântanos, com estabelecimento de campos herbáceos. Uma conclusão principal deste estudo é que a ocorrência de savana herbácea não pode ser usada como indicador para sugerir climas secos passados em áreas amazônicas.