Pistis & Praxis: Teologia e Pastoral (Oct 2010)
A DESOBLITERAÇÃO DA SIMBÓLICA COMO TAREFA DA BIOÉTICA
Abstract
Este artigo visa a refletir sobre a questão da bioética no contexto da cultura contemporânea marcada pelo “esquecimento” da simbólica. Essa última diz respeito, sobretudo, à linguagem e se associa à emergência do sujeito/palavra no ato performativo da fala e na relação com o outro humano. Na medida em que a palavra perde sempre mais espaço para a avalanche de linguagens ostensivas sobre o real – de tipo cientificista e juricizante – o indivíduo se torna um epifenômeno e, consequentemente, desaparece como sujeito da ação moral. Nesse contexto, a irrupção da alteridade, rosto e palavra humana irredutíveis aos discursos sobre o outro, emerge como chance para tirar o mundo da linguagem do esquecimento. Abre-se a possibilidade de falar e de agir em vista do outro. Ressurge uma nova simbólica em função do cuidado da vida do outro, a bioética.
Keywords