Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANÁLISE DA INCIDÊNCIA E TIPOS DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS EM AGÊNCIAS TRANSFUSIONAIS ATENDIDAS PELO HEMOVITA CAXIAS

  • JRO Machado,
  • J Rech,
  • MA Leite

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S769 – S770

Abstract

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Objetivo: Reações transfusionais são ocorrências relacionadas à transfusão que ocorrem durante ou após a transfusão e são classificadas como imunes ou não imunes, ainda como imediatas, cujo aparecimento acontece durante a transfusão ou até 24 horas após ou tardias, que ocorrem após 24 horas do início da transfusão. O estudo teve como objetivo verificar a prevalência e perfil das principais reações transfusionais em pacientes que necessitaram de transfusão de hemocomponentes em hospitais da Serra Gaúcha atendidos pelo Hemovita Caxias no período avaliado. Métodos: Trata-se de um estudo documental retrospectivo quantitativo e transversal, de abordagem descritiva exploratória que analisou o perfil das reações transfusionais imediatas notificadas pelo Hemovita Caxias, no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2022. A coleta de dados foi realizada através de sistema informatizado, no qual as reações eram registradas após a transfusão ou detectadas posteriormente após busca ativa. Resultados: Foram realizadas 31.527 transfusões no período e identificadas 58 (0,18%) reações transfusionais, todas notificadas para Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA). A reação transfusional mais frequente foi a alérgica com um total de 33 reações (57%). A segunda reação transfusional mais frequente foi a reação febril não hemolítica, sendo a maioria classificada como grau 1 ‒ leve e sem risco a vida com um total de 18 reações (31%). Os sinais e sintomas mais descritos na reação alérgica foram urticaria, prurido, eritema, já na febril não hemolítica foram febres e calafrios. Em terceiro e quarto lugar tivemos reações por dor aguda e sobrecarga volêmica. As reações transfusionais foram mais observadas em pacientes do sexo feminino com um total de 39 (71%) reações transfusionais no período. Discussão: Houve um predomínio de reações em pacientes do sexo feminino, podendo ser explicado por se tratar do maior público e estarem mais expostos aos agravos externos, comumente relacionados a necessidade de hemotransfusão o que por consequência os deixaria mais susceptíveis aos eventos adversos do processo transfusional. Quanto aos tipos de hemocomponentes transfundidos, o Concentrado de Hemácias (CH) foi responsável pela maioria dos incidentes, totalizando 41 (71%) reações transfusionais. Segundo dados do último Relatório de Hemovigilância, emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2015, enquanto a França estima a ocorrência de aproximadamente 3 reações transfusionais a cada 1.000 transfusões, existe a hipótese de que a taxa de reação transfusional no Brasil pode encontrar-se mais próxima de 5 ocorrências a cada 1.000 transfusões. Conclusão: É de extrema importância o mapeamento do perfil das reações transfusionais e quais seus principais sintomas, para que possam ser identificadas e implantadas medidas de prevenção, garantindo a segurança transfusional minimizando a recorrência de reações para uma transfusão segura dentro das unidades.