Letras de Hoje (Jan 2009)
Literatura e imaginário em “Leito de folhas verdes”
Abstract
O texto poético é o lugar da estesia/estética, no qual importa considerar em sua análise a referencialização, a produção das imagens, processos responsáveis pelos efeitos de sentido. Assim, a delimitação da disciplina utilizada para analisar o texto Leito de folhas verdes, determina uma questão metodológica: o diálogo entre Literatura e Imaginário é pertinente para desvendar os meandros da discursividade de Gonçalves Dias? Propõe-se como resposta considerar que a articulação da Literatura com a Antropologia do imaginário é um caminho que leve a se descobrir, na narratividade de Gonçalves Dias, a existência particular e específica de uma determinada fruição que, aponta o processo de o poeta organizar sua reflexão e sensibilidade de modo a vislumbrar o imaginário da mulher indígena. Tal questão motiva a analisar o poema Leito de folhas verdes articulando-a à abordagem durandiana do trajeto antropológico do imaginário. O ponto nucleador da análise mostra, portanto, que são os componentes simbólicos da discursividade de Gonçalves Dias que levam a compreender sua narratividade