Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)

Prevalência do uso de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos e interações medicamentosas em uma instituição de longa permanência para idosos

  • Iuri Gomes de Oliveira,
  • Lina Valéria dos Santos Souza,
  • Bruno Rodrigues Alencar,
  • Tatiane de Oliveira Silva Alencar,
  • Gizelly Braga Pires

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2018.v3.s1.p.72
Journal volume & issue
Vol. 3, no. s.1

Abstract

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Introdução: A crescente institucionalização de idosos em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) no Brasil e no mundo deve ser considerada uma pauta relevante para o desenvolvimento de ações referentes à promoção do uso racional de medicamentos, principalmente por conta de que a desconsideração quanto as possíveis interações medicamentosas, reações adversas e uso de Medicamentos Potencialmente Inapropriados para Idosos (MPI), definidos como um conjunto de fármacos que oferecem maior risco que benefício aos idosos, são alguns dos principais problemas evidenciados nestas entidades. Objetivo: Estimar a prevalência do uso de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos e as interações medicamentosas em prescrições de idosos da ILPI da Associação Feirense de Assistência Social (AFAS) no bairro Campo Limpo em Feira de Santana, BA. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado entre novembro de 2017 a abril de 2018, tendo como participantes 38 idosos institucionalizados na ILPI da AFAS que utilizavam medicamentos. Verificou-se a existência de MPI a partir dos critérios de Beers 2015 e Consenso Brasileiro de Medicamentos Potencialmente Inapropriados para Idosos, publicado em 2016, além da existência de potenciais interações medicamentosas utilizando-se a base de dados Micromedex®. Essa pesquisa foi realizada por meio do programa de extensão da UEFS “Programa de Promoção do Uso Racional de Medicamentos na Atenção Básica no município de Feira de Santana-BA”. Resultados: A prevalência de idosos em uso de MPI equivaleu a 71,05% (27). A maior quantidade de MPI em uso foi seis (6), a menor quantidade um (1) e a média de aproximadamente dois (2) MPI por idoso. Foram identificados 17 MPI nas prescrições. A prevalência de interações medicamentosas foi de 42,1% (16 prescrições). Foram encontradas 49 interações do tipo medicamento-medicamento, sendo destas 2% (1) consideradas leves, 55,1% (27) moderadas e 42,9% (21) importantes. 52,9% (9) dos MPI estavam envolvidos em interações medicamentosas, a saber, glibenclamida, clorpromazina, haloperidol, prometazina, olanzapina, amitriptilina, fenobarbital, clonazepam e quetiapina. Os MPI com maior frequência de interações foram a clorpromazina, representando 16,3% (8) das interações, a prometazina 14,2% (7) e a glibenclamida, 10,2% (5). Conclusão: A partir da caracterização realizada, percebeu-se a importância e a necessidade da avaliação das prescrições feitas a idosos em ILPI, além da inserção do farmacêutico na equipe multidisciplinar destas instituições, com ações referentes à aquisição, armazenamento, administração e orientação quanto ao uso de medicamentos por idosos a fim de melhorar a farmacoterapia prescrita e reduzir os riscos quanto ao uso dos medicamentos.