Trans/Form/Ação (Jan 2010)

Of empty thoughts and blind intuitions Kant's answer to McDowell Sobre pensamentos vazios e intuições cegas. A resposta de Kant a McDowell

  • Günter Zöller

DOI
https://doi.org/10.1590/S0101-31732010000100005
Journal volume & issue
Vol. 33, no. 1
pp. 65 – 96

Abstract

Read online

This paper examines the relation between intuition and concept in Kant in light of John McDowell's neo-Kantian position that intuitions are concept-laden.2 The focus is on Kant's twofold pronouncement that thoughts without content are empty and that intuitions without concepts are blind. I show that intuitions as singular representations are not instances of passive data intake but the result of synthetic unification of the given manifold of the senses by the power of the imagination under the guidance of the understanding. Against McDowell I argue that the amenability of intuitions to conceptual determination is not due some pre-existing, absolute conceptuality of the real but to the "work of the subject."3 On a more programmatic level, this paper seeks to demonstrate the limitations of a selective appropriation of Kant and the philosophical potential of a more comprehensive and thorough consideration of his work. Section 1 addresses the unique balance in Kant's philosophy between the work on particular problems and the orientation toward a systematic whole. Section 2 outlines McDowell's take on the Kantian distinction between intuition and concept in the context of the Kant readings by Sellars and Strawson. Section 3 exposes McDowell's relapse into the Myth of the Given. Section 4 proposes a reading of Kant's theoretical philosophy as an epistemology of metaphysical cognition. Section 5 details Kant's original account of sensible intuition in the Inaugural-Dissertation of 1770. Section 6 presents the transition from the manifold of the senses to the synthesis in the imagination and the unification through the categories in the Critique of pure reason (1781 and 1787). Section 7 addresses Kant's formalism in epistemology and metaphysics.Esse artigo examina a relação entre intuição e conceito em Kant à luz da posição neokantiana de John McDowell de que intuições estão conceitualmente "carregadas". 1 O foco é sobre o duplo pronunciamento de Kant, segundo o qual pensamentos sem conteúdo são vazios e intuições sem conceitos são cegas. Mostro que intuições como representações singuares não são casos de introdução passiva de dados, mas o resultado da unificação sintética do múltiplo dado dos sentidos pelo poder da imaginação sob a orientação do entendimento. Contra McDowell, defendo que a amabilidade das intuições para com a determinação conceitual não é devida a alguma conceitualidade pré-existente, absoluta do real, mas ao "trabalho do sujeito".2 Num nível mais programático, o presente artigo visa demonstrar as limitações de uma apropriação seletiva de Kant e o potencial filosófico de uma análise mais abrangente e aprofundada de sua obra. A seção 1 aborda o equilíbrio único na filosofia de Kant entre o trabalho com problemas particulares e a orientação em direção a um todo sistemático. A seção 2 descreve a posição de McDowell acerca da distinção kantiana entre intuição e conceito no contexto das leituras de Kant por Sellars e Strawson. A seção 3 expõe a reincidência de McDowell no "mito do dado". A seção 4 propõe uma leitura da filosofia teórica de Kant como uma epistemologia do conhecimento metafísico. A seção 5 detalha a explicação original de Kant sobre a intuição sensível na "Dissertação de 1770". A seção 6 apresenta a transição do múltiplo dos sentidos para a síntese na imaginação e para a unificação por meio das categorias na Crítica da razão pura (nas edições de 1781 e de 1787). A seção 7 aborda o formalismo de Kant na epistemologia e na metafísica.

Keywords